Como o RH cuida de si mesmo?

11 de junho de 2012


Evento promovido pela ABRH-PR abordou resultados da Pesquisa de Valores de Richard Barret, realizada pela DBM

A Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional do Paraná (ABRH-PR) realizou em maio a palestra Como o RH cuida do RH, com Carla Virmond de Mello, sócia fundadora da Acta, diretora da Lee Hecht Harrison/DBM na região sul e vice-presidente da International Coach Federation (ICF) para o Paraná. O evento aconteceu no auditório da Unindus, no Cietep, e reuniu cerca de 35 participantes, entre executivos, profissionais e líderes da área de Recursos Humanos.

No encontro, foram apresentados os resultados da Pesquisa de Valores Richard Barret que a DBM realizou com 473 gestores de RH em diferentes países, para entender como eles enxergam o seu próprio desempenho nas empresas. “O que observamos é que esses gestores têm uma atuação centrada em questões elevadas do desenvolvimento humano, como aprendizado contínuo, compaixão e responsabilidade social; mas consideram muito burocráticas questões mais básicas, como foco no curto prazo e redução de custos”, contou Carla.

Segundo a palestrante, o encontro foi extremamente importante para trazer aos profissionais de RH a reflexão de qual é o seu papel como líder frente a esta nova realidade, em que as empresas assumem grande importância na sociedade e estão sendo cobradas por isso, assumindo responsabilidades pelo todo. “Foi muito produtivo por conta da participação dos gestores, que acabaram demonstrando as mesmas preocupações presentes nos respondentes da pesquisa, principalmente no que diz respeito à retenção e engajamento de talentos”, disse ela, que enfatizou a importância da pesquisa em mostrar que o verdadeiro engajamento só é possível pela aderência à cultura organizacional, ou seja, pelo alinhamento de valores dos indivíduos e das organizações. “Ao mesmo tempo houve uma conscientização de que precisamos atuar em todos os níveis de necessidades, desde o lucro e os salários, até a responsabilidade social corporativa”, complementou.

Como os departamentos de RH estão cuidando de si mesmos?
Carla explicou que na ânsia por se tornar estratégico, conforme foi pressionado nos últimos anos, o RH se esqueceu das questões mais básicas a que foi criado: ouvir e atender às necessidades das pessoas. “Isso pode passar para o colaborador e para o acionista a imagem de que a melhoria nos processos, a saúde financeira, salários e benefícios não serão levados em conta no momento da decisão”, comentou. A consultora alertou que neste momento é preciso atuar buscando um equilíbrio, isto é, voltar ao básico, sem, no entanto, correr o risco de voltar a ser um Departamento Pessoal. “Em determinado momento os presentes no encontro se viram num espelho, onde muito de suas ansiedades e práticas estavam representadas. Passaram a se questionar se o fenômeno apresentado na pesquisa ocorre também em suas organizações, se é uma realidade presente em qualquer tipo de empresa e, por fim, compartilharam muitas possibilidades de atuação e desejos de implementar o conhecimento adquirido em suas organizações”, finalizou.

Segundo Lilian Renata de Souza Campos Ferreira, da equipe de desenvolvimento da ABRH-PR, é importante trazer à realidade e elevar o grau de maturidade e discussão das práticas de RH nas organizações. “O evento proporcionou uma reflexão importante ao profissional de RH, no sentido de avaliar suas práticas atuais e seu papel, além de redirecionar suas ações para o futuro”, disse.

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