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Coaching: o risco da banalização

13 de outubro de 2011


Profissionais alertam quanto à má aplicação da metodologia de desenvolvimento de pessoas e profissionais

O coaching está crescendo rapidamente em popularidade no Brasil e, com isso, muitas empresas não profissionais estão se beneficiando com a oferta de cursos de formação de coaches que conflitam com a realidade da profissão. Para discutir o tema, os coaches Eliana Dutra, da Pro-Fit e Corporate Coach U, Marcos Wunderlich, do Instituto Holos e Rosa Krausz, da Intelectus e da ABRACEM, participarão juntamente com a presidente da ABRH-PR, Sonia Gurgel, do Talk show: Coaching o risco da banalização, no dia 25/10, das 17 às 18h30, durante o XII Congresso Paranaense de Recursos Humanos (CONPARH). O evento é organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional do Paraná (ABRH-PR).

Empresas ávidas por resultados e pela alta performance de seus executivos, encontram no coaching uma ferramenta eficiente para obter apoio, orientação ou interlocução a fim de atingir metas. Marcos Wunderlich, do Instituto Holos, de Santa Catarina, enfatiza que todas as formas de coaching são importantes, pois há diferentes públicos e diferentes necessidades das pessoas, profissionais e empresas. “Alguns tipos são mais generalistas e outros mais específicos. Além disso, há diferentes graus de profundidade nos diversos modelos. Há um ponto de fundamental importância que é a mentalidade com a qual um coach realiza suas atividades; e daí a necessidade do profissional ser uma pessoa preparada, cultivada, e que tenha uma consciência elevada para realmente poder fazer diferença”, explica Wunderlich.

A banalização do termo
Eliana Dutra, da Pro-Fit e Corporate Coach U, do Rio de Janeiro, alerta que é preciso saber distinguir a procedência dos cursos de formação de coaches, pois existem alguns de dois dias de duração, bem como aqueles que duram até 200 horas prometendo desenvolver coaches profissionais, realizados por professores que só tem o conhecimento teórico do assunto. “Estes cursos independentemente de sua duração são banalizadores. Explico com uma analogia: fazer um curso de culinária de dois dias não transforma a pessoa em um cozinheiro profissional, nem um curso de 1000 horas realizado com um professor que nunca chegou perto de um fogão. É preciso fugir deste tipo de armadilha. Um bom coach precisa investir em formação com pessoas experientes, contratar mentoria e ser credenciado por organização sem fins lucrativos, como a ICF”, alerta.

Rosa Krausz, da Intelectus e da ABRACEM, de São Paulo, é uma das primeiras coaches do país e também alerta para um cenário que tende a ser caótico quando relacionado à atividade de coaching no Brasil e no mundo. “Nos últimos anos tenho colecionado os folhetos que recebo via e-mail e considero a situação preocupante, pois são oferecidos programas com os mais diversos objetivos e para os mais variados públicos, que vão desde mulheres grávidas até pessoas que queiram combinar um programa de coaching no exterior com uma visita a Disneyworld, por exemplo”, relata.

Ela explica que coaching, em geral, e coaching executivo e empresarial, em especial, são atividades profissionais que envolvem formação específica, responsabilidade e respeito ao cliente. É um processo não diretivo que se distingue de treinamento, de aconselhamento, de mentoria, de consultoria e de psicoterapia. Pressupõe não apenas conhecimentos e experiência, mas também equilíbrio interno, sensibilidade e princípios éticos. “No entanto, muitos destes treinamentos fornecem ferramentas e receitas como se as pessoas fossem robôs que reagem de maneira esteriotipada às eventuais intervenções. Este é, lamentavelmente, um fenômeno observado em várias partes do mundo, mas o nível de banalização que observamos no Brasil tende a ser preocupante, pela propaganda enganosa que é veiculada”, ressalta.

Metodologia nas páginas literárias
Durante o evento, a coach Eliana Dutra também lançará o livro “Coaching – O que você precisa saber”, que faz uma abordagem diferenciada sobre o tema. “Meu livro serve para acabar com os mitos da atividade, mas de forma agradável e fluida. Nele é apresentado o coaching e como ele funciona, com uma abordagem diferenciada através de exemplos de conversas reais. É um verdadeiro aprendizado para todos os interessados no assunto, que atende desde o leigo, até mesmo quem quer exercer a atividade ou contratar esses serviços”, explica ela, que alerta: “cuidado na contratação desse serviço, pois você pode estar levando gato por lebre.”

XII CONPARH
O evento, organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional do Paraná (ABRH-PR), acontece nos dias 24 e 25/10 no CIETEP e tem em sua programação palestras, oficinas, painéis e talk shows com pautas relacionadas ao tema “RH Estratégico. É agora!”. Juntamente com o XII CONPARH acontece o VI Consulpar – Encontro de Desenvolvimento e Negócios de Consultores no Paraná (nos dias 25 e 26/10) e Congresso Unindus de Educação Corporativa (26/10). O evento também abriga a Feira de Negócios com novidades e tendências do mercado de RH, até o momento, mais de 30 empresas já garantiram espaço para a divulgação. As inscrições para o XII CONPARH podem ser feitas no site www.conparh.com.br.

ServiçoXII Congresso Paranaense de Recursos Humanos (CONPARH): Talk show: Coaching o risco da banalização
Data: 25/10
Local: CIETEP – Av. Comendador Franco, 1341 – Jardim Botânico
Horário: das 17h às 18h30
Inscrições e informações: www.conparh.com.br

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