Palestra em Londrina teve cerca de 200 participantes

21 de junho de 2016


Palestrantes do Projeto Eleições Limpas que estiveram no evento em Londrina na última sexta feira (17), alertaram os participantes que o Ministério Público Eleitoral está preparado para agir contra ilegalidades. “Estas eleições serão definidas nos detalhes, por isso se houver alguma dúvida sobre a legalidade de uma ação a orientação mais segura é não praticá-la”, orientou o Professor Doutor e Conselheiro Federal da OAB, Flavio Pansieri, primeiro palestrante do evento.

Organizado pela Academia Brasileira de Direito Constitucional – ABD Const, em parceria com a Assembleia Legislativa do Paraná e Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e apoio da AMEPAR – Associação dos Municípios do Médio Parapanema, o evento contou com a participação de cerca de 200 pessoas. Prefeitos, vereadores, candidatos, assessores e profissionais de várias áreas que participaram do evento elogiaram a iniciativa.

“É importante conhecer bem a lei e o posicionamento do Ministério Público Eleitoral, só assim o processo eleitoral pode acontecer de forma tranquila, garantindo o resultado das urnas.” Comentou o presidente da AMEPAR e prefeito de Florestópolis, Onício de Souza. Ele lembrou que mais de 90% dos prefeitos pertencente à associação são candidatos à reeleição e que a palestra foi de grande importância para esclarecer dúvidas.

Lei ainda é novidade e vai precisar de ajustes

Em sua palestra, Flávio Pansieri afirmou que, depois das eleições, muitos ajustes necessários vão ficar evidentes. Citou como exemplo o uso do whats up e do Facebook que, segundo ele, fazem parte do debate democrático e pelas suas características não têm como serem fiscalizados sem agredir o direito à liberdade de expressão.

O Ministério Público acredita que vai contar com a população e os adversários na fiscalização e que vai precisar fortalecer sua capacidade de receber e avaliar imagens e gravações. “Sabemos que vamos receber muitas imagens de celular mostrando ilegalidades. Então não se exponham ao risco de ganhar uma eleição na urna e perder na justiça”, advertiu dando como exemplos a participação de candidatos em inauguração de obras públicas e o uso de qualquer estrutura pública para pedir votos ou divulgar o candidato. “Todo computador é rastreável e o Ministério Público Eleitoral está pronto para chegar a qualquer máquina“.

 

Abuso econômico será principal

 foco do Ministério Público Eleitoral

Com a nova lei eleitoral o principal desafio dos candidatos será se manter dentro do teto máximo do custo de campanha. A conta bancária de movimentação da campanha vai precisar ser registrada e o Ministério Público Eleitoral terá acesso direto aos extratos de movimentação. O advogado especialista em direito eleitoral e partidário e vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB – Paraná, Leandro Souza Rosa falou sobre o financiamento e prestação de contas da campanha eleitoral, lembrando, entre outros dados, que os doadores e candidatos beneficiados pela ultrapassagem do teto de gastos estabelecido poderá sofrer sanções por abuso de poder econômico e pagar multa de até 100% do valor excedido.

Alertou ainda que embora as doações continuem sendo a principal fonte de recursos para as campanhas, elas exigem cuidados para não serem consideradas ilegais. A lei permite, por exemplo, que pessoas físicas façam “doações estimadas em dinheiro” no valor de até R$80 mil. Para isso, no entanto, Leandro Rosa explicou que é necessário que o bem em questão faça parte do patrimônio particular do doador e o valor declarado tenha o respaldo de pesquisa de mercado.

“Agora não há mais espaço para o candidato dizer que não sabia. É sua obrigação acompanhar de perto toda movimentação e qualquer valor depositado que não obedeça às regras deve ser imediatamente devolvido à fonte”, frisou o Procurador Regional Eleitoral, Alessandro José Fernandes de Oliveira, palestrante que encerrou o evento.

Outro ponto crucial para o Ministério Público Eleitoral é o combate ao Caixa2. A proibição do financiamento de empresas e a limitação de gastos impostos pela lei têm levado ao comentário de que as eleições de 2016 serão as “eleições do Caixa 2”. O Procurador deixou claro que o Ministério Público Eleitoral vai cruzar informações dos vários órgãos e vai apurar qualquer sinal de abuso do poder econômico.

 

Célia Baroni – assessoria de comunicação da AMEPAR

Projeto Eleições Limpas_Londrina

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