Maior congresso de gestão de pessoas do Paraná
mobilizou profissionais de todo o estado
O XV Congresso Paranaense de Recursos Humanos (CONPARH) teve como temática principal “Em busca de novos horizontes”. Maior evento do setor no Paraná, a edição de 2018 aconteceu na Fiep, em Curitiba, e contou com cerca de 540 participantes, nove patrocinadores principais, além de oito stands durante os dois dias (24/05 e 25/09) de congresso. A próxima edição do evento acontecerá em 2020.
No primeiro dia, a recepção ficou a cargo do diretor geral do XV CONPARH, Rodrigo Titon, que destacou os novos desafios enfrentados pelos profissionais de recursos humanos. Após a fala de Titon, a presidente da ABRH-PR, Susane Zanetti, realizou a abertura oficial do evento. Susane agradeceu a presença dos presentes e ressaltou as conquistas recentes da instituição. De forma complementar, a vice-presidente da ABRH Brasil, Daviane Chemin, deu seguimento à cerimônia, encorajando o crescimento coletivo. “Mergulhemos fundo neste Congresso para sermos vistos como aquelas gerações que se tornaram as lideranças que fizeram a diferença”, enfatizou.
Na conferência magna do XV CONPARH, o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé traçou paralelos entre os novos paradigmas que devem ser enfrentados pelos gestores de pessoas e as mudanças no mercado de trabalho. Na palestra, Pondé afirmou que as redes sociais provocaram o surgimento de um novo perfil de pessoa. “Quando se lida com seres humanos, por mais que tenhamos que fazer com que eles estejam comprometidos com o processo, uma das formas de se fazer isso é encorajá-las a pensar e criar junto”, assegurou.
No período da tarde, foi a vez do consultor Adeildo Nascimento com a palestra “HR Trends – Novo mundo, Novo RH”. O consultor explicou que vivemos um momento de transição entre a economia industrial e a economia cognitiva, em que habilidades como humildade e colaboração (“soft skills”) merecem atenção na gestão de pessoas, a fim de capitanear novos direcionamentos. “Nós em RH estamos sofrendo uma disrupção. O mundo está mudando. Ou o RH é protagonista ou deixará de existir”, complementou.
O painel “Liderança Feminina – A realidade do século 21” contou com a presença da mediadora Dulcinéia Novaes e das participantes Patrícia Ghisleini (da rede Bourbon); Ana Paula Camargo, especialista em comunicação e recursos humanos; e Adriana Karam, gestora em educação. Elas compartilharam suas experiências profissionais e os desafios enfrentados nas trajetórias pessoais. “Temos que ser conscientes de que não vamos conseguir controlar todos os acontecimentos, mas podemos escolher como vamos nos posicionar em relação a cada um deles”, afirmou Patrícia. Já Ana Paula destacou a força de vontade da mulher nas instituições. “Tem muito espaço para nós mulheres, mostrem seu valor dentro das companhias”, declarou. Durante a conversa, Adriana lembrou das dificuldades que enfrentou para alcançar seus objetivos. “Precisei encarar os desafios de aprender e executar”, disse, destacando que as mulheres devem liderar buscando o equilíbrio, sem perder sua identidade.
Durante o congresso, o multi-artista Marcelo Bittencourt teve parte do seu trabalho exposto. Bittencourt possui vasta experiência na área das artes plásticas e teve quatro dos seus quadros leiloados no congresso, incluindo um exemplar adquirido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). A arrecadação das quatro obras foi destinada à Instituição Pequeno Cotolengo.
O segundo dia do XV CONPARH também reservou muitas reflexões. Um dos debates da manhã discutiu as perspectivas políticas e econômicas do Brasil. O painel teve a participação do jornalista Carlos Alberto Sardenberg, da rádio CBN e do cientista político Carlos Melo. O encontro foi mediado pela jornalista da Globonews, Natuza Nery. Na ocasião, Sardenberg comentou que o déficit do país cresce a cada ano, dificultando a estabilidade econômica. “Primeiro, precisamos de uma grande reforma da previdência. E a reforma no setor público terá que ser de grandes proporções”, declarou. Para o cientista político Melo, o mundo está correndo para o passado. “Olhar para o futuro é recuperar o presente. Temos que reinventar o mundo para construirmos o futuro”, concluiu.
Com a frase “acredito que todos somos líderes” o diretor de Gente e Gestão da Klabin, Sérgio Piza, iniciou a sua palestra sobre “O enigma da liderança”. No encontro, Piza destacou que o profissional de RH é o maior responsável por motivar e treinar sua equipe. O gestor reiterou ainda que um líder deve saber escutar as pessoas. “Se ouvir sem julgar, a pessoa falará e crescerá em suas ideias”, destacou. Em outro momento do painel, Piza explicou que se a empresa quer ter resultados diferentes, a solução é simples: “ela tem que pensar diferente”.
O desembargador Sérgio Murilo Rodrigues Lemos, do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, foi o responsável por encerrar o ciclo de palestras do XV CONPARH. Lemos abordou as mudanças na reforma trabalhista e seu impacto no cotidiano dos gestores. O desembargador afirmou que além de impor novos desafios, a reforma demandará uma maior responsabilidade do profissional de RH, exigindo uma participação mais ativa para a melhoria da produtividade geral. Além desse aspecto, Lemos destacou também que nesse cenário é função do gestor de pessoas alinhar as políticas de RH às estratégias da empresa.
Para concluir o XV CONPARH, a presidente da ABRH-PR, Susane Zanetti, subiu ao palco e deixou, entre agradecimentos, uma síntese dos aspectos que a entidade considera importantes para os gestores de pessoas. Susane ressaltou que o RH deve ser protagonista na mudança, o agente principal do processo. “Ele é convidado a estar no campo, e não na arquibancada. Todos, em essência, temos alguma liderança. uma responsabilidade cidadã de cada um de nós”, finalizou.