Visão do mercado de trabalho

5 de maio de 2017


*** Yonder Kou

 

O PIB Brasileiro apresentou queda consecutiva nos últimos dois anos, fazendo com que a crise fosse a pior da sua história. O número de pessoas desempregadas, segundo dados oficiais, também atingiu um patamar recorde, superando 13 milhões de pessoas. Uma crise que atingiu todos os setores e afetou não apenas as pessoas que perderam o emprego, mas empresários, empreendedores, trabalhadores e o próprio setor público.

 

A expectativa de todos agora é quanto tempo irá levar para que tudo volte a ser como era antes, economia em ascensão, pleno emprego, expansão dos negócios e aumento da renda. Como esta é uma resposta que não temos e dificilmente saberemos no curto prazo, precisamos entender os efeitos desta crise e procurar alternativas.

 

Se analisarmos a questão do desemprego, as empresas tiveram que tomar ações mais drásticas, não como solução para o problema, mas como falta de alternativa para reduzir os seus custos e tentar sobreviver. Afinal a missão da empresa é vender e produzir, nenhum empresário ou gestor tem como meta demitir pessoas. Com quedas vertiginosas na demanda uma das alternativas seria óbvia, mas impossível de ser praticada, a redução de impostos. Também com sérios problemas em suas contas, o governo não vai abrir mão da arrecadação.

 

Dentro deste cenário, as empresas passaram a operar com equipes enxutas, para não dizer sobrecarregadas, afetando o clima organizacional e deixando muita insegurança também para quem fica. Os modelos de gestão e as estratégias foram revistas e passaram a focar no curto prazo. Aquilo que, alguns anos atrás, era prioridade no desenvolvimento da organização, passou a ser classificado como custo. Algumas poucas empresas buscaram alternativas, mas muitas simplesmente deixaram de investir em treinamento e desenvolvimento. Esta é uma alternativa que ajuda no hoje, mas não garante o amanhã. Para crescermos e buscarmos soluções inovadoras, precisamos de pessoas capacitadas e engajadas, pois as ideias e ações virão delas e não de equipamentos e máquinas, muito menos do capital.

 

Se fosse no século passado, poderíamos concordar que o conhecimento e capacitação custavam uma fortuna. Mas hoje com a era da informação, temos alternativas. É fácil encontrarmos na internet muita coisa de conteúdo e gratuito. As consultorias avançaram bastante nos modelos, trazendo além de custos atraentes, escala no atendimento. Encontrar especialistas e pessoas disponíveis para conversar ficou mais simples do que imaginamos. Nem precisamos sair de casa ou de nossas empresas para fazer isso.

 

Não sabemos quanto tempo a economia irá demorar para se recuperar, mas uma única certeza que temos é que devemos investir o nosso precioso tempo em capacitação e atualização. Estar preparado e capacitado são ações que podemos fazer hoje, para garantirmos o nosso futuro e voltarmos a comemorar o dia do Trabalho.

 

***Yonder Kou é diretor do Espaço de Desenvolvimento da ABRH – PR

Yonder Kou

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