****Fábio Betti
Todo RH sonha em saber o que se passa na cabeça do CEO quando o assunto é gestão de pessoas. Ou, se não sonha, deveria começar a sonhar. Caso contrário, a vida pode se tornar um pesadelo daqueles. Isso porque o pior que pode acontecer para um executivo de RH é ele caminhar no sentido oposto às expectativas do principal líder da organização. Uma vez que organizações são sempre movidas por pessoas, é preciso identificar, desenvolver e, se possível, manter os talentos certos para movê-la na direção desejada. Pois contratar as pessoas certas é uma das 10 coisas que têm tirado o sono de cerca de 20 CEOs e reitores de universidades do Paraná, que estiveram reunidos no dia 06 de maio, durante o 13ª. Edição do CONPARH-Congresso Paranaense de Recursos Humanos para, com a ajuda da Corall Consultoria, conversar, claro, sobre gestão de pessoas. Confira a lista completa dos pesadelos e alguns comentários esclarecedores que colhemos dessa roda de conversa ou, para usar a expressão utilizada no evento, deste autêntico “conversatório”.
“Faltam pessoas capacitadas que queiram trabalhar fora dos grandes centros.”
“Faltam bons profissionais em todas as áreas.”
“Tivemos que buscar mão de obra para nossa fábrica na Índia.”
“Para reter, antes é preciso ter!”
“Impossível hoje em dia reter só pelo salário.”
“O significado é a nova remuneração.”
“O que os jovens valorizam mesmo são propósito e ambiente, relações, qualidade de vida e desafios significativos.”
“Estamos vivendo uma escassez de solidariedade e uma profusão de conflitos.”
“Sem relação de confiança, não existe possiblidade de gestão.”
“Ideias de fora, importadas não nos servem.”
“Modelos extremos não cabem aqui.”
“Precisamos quebrar o ciclo de tirar vantagem do outro.”
“No Brasil, você é o chefe, o amigo, o irmão. Os líderes fogem dos conflitos e estão sempre escalando as decisões impopulares.”
“Os jovens de hoje são muito melhor preparados do que os jovens do passado, mas os dinossauros precisam sair de cena.”
“A quase onipresença da tecnologia em nossas vidas dificulta a presença para o outro, para o que está, de fato, acontecendo.”
“A formação deve ir além da questão técnica, temos que formar cidadãos, ensinar valores.”
“A educação continuada deveria fazer parte da cultura de qualquer organização.”
“A educação tem que mudar e rápido. Os alunos de hoje têm muito mais tempo para se atualizar do que o professor.”
“As empresas devem buscar uma maior aproximação das universidades.”
“As universidades precisam entender as reais necessidades do mercado, para formar os profissionais certos.”
“Precisamos envolver mais as pessoas nos temas da empresa, pois só assim se obtém novas ideias e engajamento.”
“Não acredito em empresas sem líderes.”
“Líder, independentemente do nível, tem que entender de gente, tem que aprender a inspirar para a ação e não mais comandar para a ação.”
“É urgente diminuir o número de gestores e os níveis hierárquicos, se é que buscamos mais rapidez e eficiência.”
“Eu acredito na gestão descentralizada, mas a realidade brasileira dificulta.”
”Temos que ensinar o funcionário a fazer a própria gestão. Quem sabe o que está acontecendo é quem está fazendo.”
E, no meio de tantas preocupações, uma gerente de RH, que, com mais 20 e poucos colegas, participava da escuta do conversatório de CEOs e Reitores, surgiu com essa frase, que escutada com o coração, pode ser capaz de dissolver o mais temível dos pesadelos: “O Jorge da Mercur transformou a empresa porque ele se transformou.” Jorge Hoelzel Neto é o atual presidente da Mercur, executivo que, não só se transformou e está transformando a empresa fundada por seu avô, mas tem inspirado muitos outros CEOs e executivos a se transformarem. Para conhecer mais detalhes dessa jornada, clique aqui: http://corall.net/novaeconomia/case-mercur-2/. Se preferir, dê uma ligada para a Mercur (51 3719.9500). É bem capaz que o Jorge em pessoa conte a história para você.
****Fábio Betti participou do Conversatório de CEOs e DRHs no XIII CONPARH. É sócio da www.corall.net e consultor especializado em Comunicação de Liderança, Cultura de Diálogo e facilitação de processos de Inovação e Transformação Cultural. Formado em Jornalismo pela PUC-SP, possui mais de 25 anos de experiência na área de comunicação organizacional. Professor em Comunicação Face a Face pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) e em Biologia-Cultural pela Escola Matriztica de Santiago. Atualmente, é mestrando em Biologia-Cultural pela Universidad Mayor do Chile e possui especialização em Comunicação Corporativa.
