Pela primeira vez no Brasil, a doutora Inmaculada Moreno, responsável por estudos e desenvolvimento de exame para diagnóstico molecular da Endometrite Crônica, falou nesta sexta-feira no CBRA 2019. Ela abriu a sua palestra explicando que, o fato da doença ser assintomática, muitas mulheres só descobrem que a tem quando querem engravidar. “Por isso ela não é tratada em muitíssimos casos”, disse. A doença afeta cerca de 30% das mulheres com diagnóstico de infertilidade, além de poder ocasionar abortos repetitivos e falhas de implantação – com números superiores a 50% dos casos.
Inmaculada mostrou um estudo recente que comprova a relação entre a Endometrite e a infertilidade. Na sequência ela detalhou as três técnicas clássicas de diagnóstico por Histologia, Histeroscopia e Microbial Culture. Segundo a pesquisadora, todos dependem do observador e do ciclo menstrual da paciente. Ela apresentou dados da pesquisa do diagnóstico molecular que incluiu dados de 65 pacientes diagnosticadas com endometrite crônica pelos três testes clássicos. “Nosso objetivo foi desenvolver o diagnóstico molecular equivalente, em termos de sensibilidade e especificidade dos três métodos clássicos juntos, superando as incompatibilidades de resultados de cada um deles separadamente e em conjunto”, falou. Ela ainda mostrou um quadro comparativo entre os três testes clássicos e o diagnóstico molecular, comprovando a eficácia e assertividade do procedimento.
A endometrite crônica é uma inflamação na mucosa endometrial (que reveste a parede interna do útero) causada por patógenos bacterianos. #cbra2019