Governança Corporativa moderna: sensibilidade, ética, transparência e diálogo como fundamentos

1 de setembro de 2025


Em tempos de transformações rápidas e alta pressão por resultados, a governança corporativa ganha uma nova camada de complexidade e humanidade. Não basta seguir regras, é preciso cultivar valores. Para André Caldeira, CEO e Sócio Fundador do Grupo PROPOSITO, com vasta experiência no desenvolvimento de lideranças que estará no XVIII CONPARH, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), o caminho da alta performance passa pela sensibilidade humana.

Em ambientes de governança e liderança, três competências se destacam: senso crítico aliado à sensibilidade para discernir o que é sustentável no curto e longo prazo; empatia para construir relações horizontais em conselhos e colegiados; e uma comunicação assertiva, baseada na escuta ativa, na influência com respeito e na humildade para reconhecer ideias melhores. Juntas, essas habilidades revelam um nível essencial de maturidade.

Essa abordagem humanizada influencia diretamente a cultura organizacional. De acordo com Caldeira, quando a liderança se posiciona com empatia, escuta ativa e abertura ao contraditório, cria-se um ambiente propício à confiança e à colaboração:

“A escuta verdadeira e a capacidade de influenciar com humildade são marcas de líderes maduros e conscientes do impacto coletivo de suas decisões”, reforça o executivo.

 Os pilares práticos da governança moderna

Vista muitas vezes como aquilo que as pessoas ou uma organização faz quando ninguém está olhando, a ética é um tema recorrente no discurso empresarial, mas que ainda encontra desafios na prática. Para a boa governança, é preciso ressignificá-la.

“Hoje, o princípio ético está pautado na integridade, na transparência e também na interdependência, que é o olhar não só para o próprio umbigo, mas o olhar sistêmico de fazer o certo, procurando atender a todas as partes interessadas. Isso é um princípio muito importante da boa governança”, pontua Caldeira.

Outro valor amplamente declarado, mas nem sempre vivido, é a transparência — especialmente em momentos de crise. Garantir sua presença contínua depende, sobretudo, da atuação das lideranças. O comportamento dos líderes molda a cultura organizacional e exerce uma influência determinante, conhecida como “tom do topo”. Cabe ao conselho de administração estabelecer o perfil desejado para essa liderança e a postura que ela deverá adotar diante da transparência. Quando os líderes incorporam esse compromisso, eles refletem e reforçam os princípios que regem a organização no dia a dia.

“Se uma liderança é aberta, transparente, assertiva e reconhece problemas ou conquistas, a organização segue isso. Se a liderança vai na direção contrária, a empresa certamente terá muitos problemas”, observa Caldeira.

Aliado a isso, o diálogo é outro pilar essencial nas organizações. Embora frequentemente associado à mediação de conflitos, Caldeira ressalta que ele deve ser entendido como um princípio contínuo da governança com alma, uma vez que “o diálogo real acontece quando diferentes perfis se reúnem para debater com escuta atenta e senso crítico, sempre com foco na perenidade do negócio”, explica.

Essa troca exige, inclusive, diversidade — de pensamento, de experiências, de origem, de gênero, de geografia. E requer algo ainda mais essencial: a autorresponsabilidade. Do inglês accountability, a autorresponsabilidade é uma competência estratégica diante das mudanças e incertezas da sociedade atual.

No fim das contas, o que está em jogo não são apenas decisões corporativas, mas a construção de culturas organizacionais onde a governança tem alma, porque é feita, sustentada e desafiada por pessoas.

 XVIII CONPARH

O tema “Governança com alma: sensibilidade, ética, transparência e diálogo como fundamentos” será tratado com mais profundidade por André Caldeira, no XVIII Congresso Paranaense de Recursos Humanos – CONPARH 2025 – “Tudo que só o humano pode fazer”.

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