Educação corporativa foi o tema central de debate promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH e Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento – ABTD, em São Paulo. O bate-papo foi intermediado pelo editor da revista Profissionais & Negócios, Daniel Consani, e os diretores da ESIC Business & Marketing School, de Curitiba, Alexandre Weiler e Pe Ari Erthal participaram da mesa redonda de discussões.
O assunto em pauta foi se as empresas já venceram a barreira de diferenciar ações de treinamento e desenvolvimento e educação corporativa. Sobre isso, os diretores da ESIC, Weiler e Pe Ari lembram que, ao tentar conhecer melhor o mercado brasileiro, percebeu temor e medo de algumas organizações de investirem em educação. Devido à escassez de talentos e à grande demanda por mão de obra, muitas empresas temem perder funcionários para uma concorrente ao investir em sua qualificação.
Para eles, era um desafio vender seus serviços. “Como alternativa, percebeu-se a importância de oferecer serviços de educação de forma integral e com um planejamento de longo prazo, assim, em vez de ser apenas um programa de educação, ele também seria uma ferramenta de retenção dos funcionários”, avaliaram.
O encontro avaliou que as empresas estão evoluindo, mas distantes do que se espera ainda em relação à chamada educação corporativa. Por outro lado, o debate deixou claro que há distintas realidades, de acordo com a maturidade das organizações, que trabalham para enfrentar os desafios dos contextos de negócio em nível de cada liderança e as iniciativas que o RH tem tido tradicionalmente na empresa.
Neste contexto, o professor Weiler disse que o RH não é visto como estratégico, e existe um descolamento do que na prática o RH faz e o que é a estratégia da empresa. “RH ainda é um custo, é difícil mensurar resultados e também verificar como esse treinamento tem um aproveitamento, dando formação para cada um dos gestores, sem coerência e sem planejamento integral do processo”, completa. Ele ressalta que há no Brasil muitas empresas que estão seguindo outro caminho.
Nas discussões foi destacado que a empresa precisa implantar o seu programa de educação pensando em mostrar para o funcionário o que ele ganhará com essa participação. O encontro ainda concluiu que o grande desafio é “enfrentar” a forma tradicional de educação, entendendo os desafios do RH e das áreas, e aproximar deles um caminho de desenvolvimento que consiga se adequar à organização e integrar a linguagem da estratégia da organização para a execução em seus diversos níveis.
Participaram ainda dos debates, o diretor de programas corporativos do IPL, Rafael Zappia; a diretora de educação corporativa da Leme Consultoria, Marcia Vespa; a pedagoga empresarial do Idort, Mariana Anunciato; a analista de marketing do Idort, Ellen Melo; a coordenadora da EMEC (Escola Metodista de Educação Corporativa), Andrea Duarte de Souza Correia Leite; o gerente do Senac, Ulisses Defonso Matanó; o gestor de comunicação e marketing da Fundação Vanzolini, Vinícius Gouvêa; o sócio-diretor da SOU Educação Corporativa, Mário Cabral; e o professor adjunto do Mackenzie Celio Mauro Placer Almeida.