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Cursos de graduação devem ser avaliados pelo desempenho dos alunos

21 de dezembro de 2021


A programação desta sexta-feira do 26º CBENC começou com mais uma palestra voltada ao debate sobre o ensino da profissão no Brasil: “Avaliação da qualidade do ensino de Engenharia Civil”, proferida pelo Eng. Civil e Doutor Marcos Tozzi.

Ele iniciou sua fala abordando a questão da Certificação Profissional Internacional, que o Sistema do Confea/CREA está trabalhando para oferecer aos Engenheiros Civis do país. “É um processo em que eles poderão se inscrever quantas vezes quiserem e permitirá trabalhar em diversos países do mundo”, disse.

Tozzi também falou sobre a educação à distância e o crescimento exponencial do número de cursos no país. “Em 2014 eram 648 cursos, com 108.907 ingressantes. Já em 2019, foram apenas 45.821 alunos, ao mesmo tempo que o número de cursos saltou para 1.081. A educação à distância, no entanto, faz o caminho inverso. Em 2014, eram 4.369 ingressantes nos 7 cursos EAD do país. Em 2019, já eram 10.005 alunos nos 63 cursos dessa modalidade, mas apenas 3% concluem a graduação. O crescimento da educação à distância vai ser exponencial e precisamos acompanhar essa mudança”, avaliou.

Outro ponto abordado pelo especialista foi a forma como os cursos superiores de Engenharia Civil no Brasil têm sido avaliados nos últimos anos. “Desde 1996, o Ministério da Educação tem feito a análise dos cursos superiores no Brasil. Até 2004, usávamos o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), onde o desempenho global dos alunos determinava o nível de qualidade de um curso de graduação”, contou.

Ele lembrou que, a partir de 2004, o Ministério passou a adotar o Enade, que além do desempenho dos alunos, avalia também a qualidade dos professores e instalações das universidades, entre outros itens. Para ele, isso causa distorções nas notas dos cursos. “É preciso avaliar os alunos, porque eles que foram lá, fizeram, estudaram. Se observarmos apenas as notas dos estudantes, 40% das graduações aparecem como insatisfatórias, o que me preocupa, pois temos uma profissão de risco. E, hoje, mesmo quando o egresso vem de um curso mal avaliado, ele entra no Sistema do Confea/Crea, o que é um risco para a segurança da sociedade”, alertou. A palestra contou com a mediação do Eng. Civil Ricardo Rocha, presidente do Crea-PR.

O 26º CBENC é organizado pela Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC) na sede do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).

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