Boa Noite RH traz diversidade etária e de gênero para o centro do debate sobre o futuro do trabalho

30 de junho de 2025


A diversidade, seja de idade ou de gênero, foi o fio condutor do Boa Noite RH, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), na noite de 24 de junho, no Campus Osório da Universidade Positivo (UP), em Curitiba. O encontro reuniu nomes de peso para uma conversa franca, inspiradora e necessária sobre o futuro do trabalho.

Os convidados foram Mórris Litvak, fundador da Maturi – referência nacional em estratégias de diversidade etária e geracional, e Rose Russowski, executiva, mentora e especialista em liderança feminina. A mediação ficou a cargo de Serli Szvarça, coordenadora do evento, e Vera Mattos, vice-presidente da ABRH-PR.

“Hoje, com um tema tão significativo, teremos a oportunidade de uma discussão muito produtiva, com reconstrução de conhecimento, compartilhamento de experiências e muitas trocas. Tenho certeza de que sairemos com o coração aquecido”, afirmou Vera Mattos na abertura do evento.

O diretor do Campus Osório, André Dias, também deu as boas-vindas. “É uma honra e uma alegria ter todos vocês aqui. Essa parceria com a ABRH-PR é valiosa. Tenho certeza de que esse relacionamento nos aproximará ainda mais da comunidade empresarial e acadêmica”, declarou.

A reitora da Universidade Positivo, Andreia Caldani, reforçou a importância de debater o etarismo com profundidade. Para ela, esse assunto é muito mais do que idade, é sobre complementariedade. “A gente precisa saber aproveitar a energia dos jovens, mas também reconhecer o valor da experiência. Não existem atalhos, e a adaptação é o maior trunfo que temos”, destacou.

Revolução da longevidade

Com números e dados de impacto, Mórris Litvak lançou luz sobre a urgência de se falar de etarismo no ambiente corporativo. “A população brasileira com 50+ já chega a 27%, e esse número vai dobrar até 2050. Mesmo assim, apenas de 3% a 5% dos colaboradores nas grandes empresas estão nessa faixa etária. Isso mostra o quanto estamos distantes da representatividade”, apontou.

 

Mórris falou sobre o papel estratégico da inclusão etária para o futuro das organizações, especialmente diante do envelhecimento populacional. Ele defendeu que diversidade gera inovação, produtividade e resultados. “Não é só a coisa certa a fazer – é uma necessidade competitiva. Precisamos transformar o choque geracional em diálogo geracional”.

Fundador da Maturi, ele compartilhou a trajetória da empresa, que atua há 15 anos promovendo capacitação, recolocação e empreendedorismo para profissionais 50+. Mórris reformou que já foram capacitadas mais de 50 mil pessoas. “Temos empresas certificadas como ‘age friendly’, como o Grupo Jacomar e o Grupo Boticário, no Paraná. Mas ainda precisamos avançar muito, principalmente na formação de lideranças sensíveis ao tema”.

Desafios invisíveis

Rose Russowski trouxe à tona as barreiras enfrentadas pelas mulheres na ascensão às lideranças. Com base em estudos e experiências, ela falou sobre os “sabotadores invisíveis” que freiam a carreira feminina. “As mulheres muitas vezes duvidam do próprio potencial, não compartilham seus planos de carreira e aceitam tarefas que não promovem visibilidade. É preciso romper com isso”, afirmou.

Ela destacou que diversidade de gênero no topo da gestão não é só uma questão de justiça, mas também de resultado. Afirmou que organizações com times diversos no comando têm, em média, 20% a mais de desempenho financeiro. “Mas além disso, elas ampliam sua capacidade de tomada de decisão e inovação”, completou.

Segundo Rose, o setor de serviços já apresenta avanços significativos na promoção da equidade de gênero, mas a indústria ainda está em fase de sensibilização. “As empresas estão mais abertas ao tema, mas ainda temos só de 5% a 7% de CEOs mulheres no Brasil. Precisamos trabalhar a base e também as estruturas de poder para transformar esse cenário”, defendeu.

Caminhos para o futuro

A noite terminou com reflexões sobre o papel da educação, do autoconhecimento e da reinvenção. “Aos 35, os 45 estão logo ali. É fundamental planejar o futuro com antecedência, reconhecer suas habilidades e transformar isso em serviço, em valor. Descubra sua caixa de ferramentas e invista nela”, aconselhou Rose.

Mórris completou com uma provocação: “Não basta apenas discutir diversidade. É preciso colocar em prática, com ações consistentes, letramento contínuo e desenvolvimento ao longo de toda a vida”.

 

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