Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo
O caderno de Gestão e Carreira da Gazeta do Povo publicou nesta quarta-feira uma reportagem sobre as roupas e acessórios adequados para usar no ambiente de trabalho. Foram entrevistados a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional do Paraná (ABRH-PR), Sônia Gurgel e o designer Eduardo Heideke, da Brainbox Design Estratégico.
Confira a reportagem abaixo ou na íntegra clicando aqui:
Roupas e acessórios coerentes com a área de atuação e o cargo evitam deslizes e dão credibilidade para a imagem do profissional e da empresa
Certo ou errado? Pode ou não pode? Quem nunca se deparou com essas palavras diante do guarda-roupa, na hora de escolher o look do trabalho? Embora a boa aparência não seja suficiente para definir a competência de um profissional, ela pode somar pontos na carreira dos bem apessoados, da mesma forma como uma imagem desleixada pode causar péssima impressão.
Há tempos, a preocupação com o que vestir no ambiente de trabalho extrapolou os limites domésticos e chegou às empresas. É certo que as restrições já não são tão rígidas como há alguns anos, mas o dress code – código de vestimenta que define critérios sobre o que pode ou não ser usado nas empresas – continua fazendo parte do mundo corporativo.
“As pessoas precisam analisar seu ambiente de trabalho”, afirma a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional do Paraná (ABRH-PR), Sônia Gurgel. Na visão dela, não é apenas a roupa que faz diferença – positiva ou negativamente -, mas o comportamento do profissional. “Não adianta vestir-se de forma impecável se a postura é extravagante”. Na balança entre imagem e competência, Sônia arrisca dizer que hoje os pesos praticamente se equivalem.
Infelizmente, bom senso não é um privilégio de todos os profissionais. Caso contrário, as gafes não seriam tão comuns, principalmente nos ambientes mais formais. A consultora de imagem pessoal e corporativa Patricia Nerbass explica que os homens costumam errar no tamanho, usando roupas muito grandes – cujas sobras de tecido comprometem o caimento das peças no corpo -, ou modelos muito pequenos.
“As mulheres pecam principalmente quando a modelagem é muito curta ou justa, deixando o corpo em evidência”, afirma a consultora. Contudo, seu guarda-roupa corporativo não precisa ser monocromático e sem graça, basta usar o bom senso, ressalta Sônia, da ABRH-PR.
Oposto
O estilo despojado do designer Eduardo Heideke, de 22 anos, tem tudo a ver com o seu ambiente de trabalho, na agência de design Brainbox. “Como é um ambiente de criação, me sinto muito à vontade para ser eu mesmo. Posso sair do trabalho e ir tranquilamente para a balada”, diz. Geralmente áreas ligadas à comunicação, como marketing, publicidade, design, são bastante flexíveis em relação ao jeito de se vestir.
Essa liberdade não é privilégio de todos os profissionais. Áreas de contato com o público, fornecedores e clientes costumam ser mais exigentes. A supervisora de Receitas e Marketing da Rede Atlantica Hotels Internacional em Curitiba, Michelle Cirqueira, é adepta do estilo formal. Grávida de seis meses, ela conta que tem tido dificuldades para encontrar peças sociais adequadas à sua condição. Mesmo assim, ela acredita que uma boa aparência contribui para dar credibilidade ao profissional e à empresa.
A personal stylist Natália Nunes preparou alguns looks que podem servir de inspiração para seguir o dress code (código de vestimenta) da sua empresa sem perder o estilo. Ela mostra que, mesmo em ambientes formais, é possível utilizar acessórios e diversificar o visual sem exageros.
Espelho
Consultora de imagem recomenda exercício de autoavaliação
De acordo com a consultora de imagem pessoal e corporativa Patricia Nerbass, medidas simples como usar somente peças em bom estado de conservação, substituindo-as após o desgaste natural, auxiliam na manutenção de uma imagem impecável, característica de organização e competência profissional. A consistência da imagem é outro fator que transmite credibilidade, ou seja, manter o mesmo padrão de vestuário é fundamental. “Um exercício de autoavaliação pode auxiliar na adequação da imagem. Ao se imaginar na posição de um parceiro comercial ou cliente, observe que impressão você teria de si mesmo. É uma avaliação positiva? A partir daí analise como poderia aprimorar a sua imagem”, observa.
Entrevista
Natália Nunes, personal stylist e consultora em imagem profissional
Os erros que as pessoas cometem
Segundo a consultora Natália Nunes, muitas empresas fazem estudos sobre seu perfil e dos seus clientes, para então adequar a indumentária dos funcionários. Geralmente, elas pedem poucos acessórios, maquiagem com ar saudável, cabelos presos ou bem penteados, roupas não justas e calçados fechados.
As pessoas cometem erros com relação à roupa no ambiente de trabalho?
Sim. Vários erros. Acredito que o principal é usar roupas sociais justas demais. A roupa deve ser ajustada ao corpo, sem excessos.
O que é imprescindível a todos os profissionais quando se fala de imagem?
Não passar uma imagem relaxada ou vulgar. A maquiagem deve estar na medida, nem de menos nem demais. Evitar roupas justas ou curtas, decotes exagerados, e peças que remetem ao lazer, como chinelo de dedo, roupas de malha, jeans com muita informação.
Na dúvida?
Menos é mais: uma camisa branca, um jeans reto escuro e sem lavagem de cós médio ou uma calça preta de alfaiataria veste qualquer um(a). Os acessórios ajudam a variar o look para um trabalho formal ou mais informal.
FONTE: GAZETA DO POVO/CÍNTIA JUNGES