Trabalho analítico auxilia mulheres modernas a se reconectar com o universo feminino sem deixar de lado as conquistas no trabalho, carreira e família
A luta das mulheres modernas por direitos iguais e melhores colocações no mercado de trabalho caminha lado a lado com um processo denominado pela psicóloga curitibana Renata Reginato de “galvanização emocional”.
Segundo ela, que é diretora da Pulsar Psicologia Estratégica Pessoal e Corporativa, o feminismo – movimento social, filosófico e político que busca direitos equânimes e uma vivência livre de padrões opressores baseados em normas de gênero – trouxe à civilização atual diversas conquistas, ao mesmo tempo em que fez muitas mulheres perderem sua identidade e não saberem mais qual o seu papel na sociedade.
“Minha experiência de vinte anos de consultório mostra realmente que o ‘feminino’ está extremamente reprimido. Hoje em dia, as mulheres trabalham de igual para igual com o os homens, ocupam postos semelhantes, mas muitas afastam o ‘masculino’ de suas vidas, o que denota uma inversão da ordem”, explica Renata, que recebe em sua clínica pacientes com miomas, nódulos nos seios, cânceres diversos, segundo ela, “uma prova da somatização do ‘feminino’ machucado, ou seja, distúrbios psicossomáticos que explicitam o ‘feminino’ encolhido”.
Um movimento de prós e contras
O feminismo alterou perspectivas em diversas áreas: os direitos legais das mulheres (trabalhistas, contrato, propriedade, voto); a autonomia e integridade do corpo; direito ao aborto e controle reprodutivo (como o uso de métodos contraceptivos e cuidados pré-natais de qualidade); proteção contra violência doméstica, assédio sexual e estupro, entre outros.
“A conquista do espaço em cargos de liderança e em altos staffs é prova da capacidade feminina, mas é preciso entender que apenas isso não basta. É necessário equilíbrio neste processo, honrar o ‘masculino’ mesmo, porque percebemos que muitas vezes o homem atual não sabe mais qual a sua função”, comenta Renata, para quem este desequilíbrio moderno seria o responsável pelas tais desordens psicossomáticas.
Pensando nisso, a psicóloga desenvolveu um grupo terapêutico intitulado “Ciranda de Mulheres Sábias”, exclusivamente feminino, que segue a linha analítica jungiana e que tem como propósito analisar as personalidades femininas seguindo arquétipos de deusas gregas. “A psique feminina é composta de aspectos sombrios e luminosos. Proponho neste trabalho que as mulheres estejam conscientes sobre qual é a sua ‘deusa’, como ela influencia no cotidiano e na tomada de decisões e que, com isso, consiga enaltecer os aspectos positivos e minimizar seus efeitos nocivos”.
Segundo Renata, são seis as deusas que norteiam a personalidade feminina: Athena (representada por uma mulher executiva, aficionada pelo trabalho), Arthemis (mulher mais voltada à natureza e que gosta de um certo isolamento social), Afrodite (simbolizada por mulheres sedutoras), Hera (a figura da esposa ideal), Perséfone (mulher mística, ligada em assuntos esotéricos) e Demeter (a grande mãe, bastante maternal). “A ideia é que cada mulher se conecte ao seu ‘feminino’ de uma forma saudável e possa restabelecer o funcionamento pleno do seu sistema familiar”. Atendo diariamente pacientes ‘perdidas’, que depois de muita luta conquistaram a posição almejada, mas que não sabem onde querem chegar. Acredito que o feminismo colocou a mulher em uma posição de poder, mas também promoveu uma inversão de papeis muitas vezes nociva, com o embrutecimento da mulher”, resume.
O Grupo Terapêutico “Ciranda de Mulheres Sábias” acontecerá em formato de workshop de 8 a 10 de julho. Este será o começo de um trabalho em conjunto que culminará com uma viagem das participantes à Grécia em setembro, para visitas e meditações nos templos das deusas analisadas anteriormente. Informações: Pulsar Psicologia Estratégica Pessoal e Corporativa – (41) 3323-1009/8881-0328.