A descoberta de que a gestação começa a partir de um ovo aconteceu em 1651, distante de toda a tecnologia e informação disponíveis hoje. Na palestra “De onde viemos e para onde vamos? História da reprodução brasileira”, inserida na programação de quinta-feira do Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida 2019, o Dr. Carlos Gilberto Almodin trouxe uma retrospectiva dos quatro séculos que separam a descoberta de 1651 dos desafios atuais em reprodução assistida.
Entre os desafios, Almodin apontou a pouca disponibilidade de estudos sobre o tema aqui no Brasil. A maior parte dos registros históricos vem de outros países, como as pesquisas realizadas na década de 1950: “foi a ´década de ouro´ para a fertilização in vitro, quando vários testes comprovaram que era possível fertilizar óvulos com espermatozoides capacitados intra-útero e transferir os embriões”.
Um registro marcante foi o nascimento do primeiro bebê de proveta brasileiro, em 7 de outubro de 1984 – quase seis anos depois de Louise Joy Brown, no Reino Unido. A evolução da medicina ampliou os horizontes de pesquisas e testes de reprodução assistida, que agora tenta desvendar outros pontos cruciais: “precisamos ampliar o conhecimento sobre endométrio, sobre embriões e, principalmente, indexar trabalhos e relatos para compartilhar com a comunidade médica”, concluiu Almodin.