A médica veterinária e Doutora em Ciências pela USP, Teresinha Martins, abriu o segundo dia de evento, cujo grande tema é Dor Crônica, com a palestra “Desvendando a fisiopatologia da dor crônica”. Segundo a médica, este tipo de dor se caracteriza por haver a resolução de uma lesão e o paciente continuar sentindo dor. “Neste tipo de paciente a manifestação de dor dura muito tempo, então imagina esse sistema nervoso sendo ativado continuamente, acaba sendo um funcionamento totalmente anormal dessas vias relacionadas ao mecanismo da dor”, explica. Há uma alteração, conhecida como sensibilização central, diante disso pode haver mudanças estruturais do sistema nervoso. “É o que chamamos de neuroplasticidade negativa”. Isto faz com que o paciente tenha dor mesmo diante de um estímulo que não é doloroso, tamanha a confusão de estímulos pelo qual está passando.
A última palestra da especialista é sobre “Analgesia multimodal nas doenças articulares degenerativas”, com abordagem sobre a fisiopatologia da artrose, que de uma forma geral são doenças articulares. “Podem ocorrer com a idade do animal, mas hoje também vemos em bichos mais jovens porque as artroses têm origens diferentes”, diz Teresinha. Nessas situações há um processo inflamatório contínuo e intenso na região da articulação, que pode trazer comprometimento de outras estruturas, alternado o comportamento de movimentação, social a até de hábitos fisiológicos do paciente. “É uma dor que vai aumentando e necessita de um tratamento mais adequado porque há um funcionamento distinto do sistema nervoso”, finaliza.