“Acredito que todos somos líderes”. Foi assim que o diretor de Gente e Gestão da Klabin, Sérgio Piza, iniciou a sua palestra “Enigma da liderança”, na segunda palestra de hoje no XV CONPARH. “Quem percebe o contexto, sai na frente”, disse, englobando a visão psicodinâmica corporativa e a visão sistêmica, por isso se é capaz de desvendar o novo contexto do negócio, que dá propósito ao trabalho.
É possível entender as organizações de várias maneiras, conforme as variáveis são embaralhadas, cria-se o contexto. Piza citou um exemplo profissional, o investimento de 8 bilhões de reais da Klabin para a construção de sua nova unidade no Paraná cinco anos atrás, para definir a sua visão do contexto. “A percepção de um contexto deu coragem a empresa de investir”, afirmou.
A organização é representada por times trabalhando com propósito, quanto mais eles forem competitivos, melhores os produtos ou serviços e mais resultados. “É através de pessoas que montamos empresas competitivas e atingimos os resultados”, explicou. Para se ter pessoas qualificadas, começa com o profissional de RH, que recruta, treina, reconhece e motiva. Para Piza é preciso a quantidade certa, de pessoas certas, fazendo a coisa certa, a um custo competitivo para compor times qualitativos.
Se a empresa quiser ter um resultado extraordinário, é preciso agir de forma extraordinária. “Tem que pensar diferente”, disse Piza. E como se faz isso? Para o gestor é simples: o líder saber escutar as pessoas. “Se ouvir sem julgar, a pessoa falará e cresce em suas ideias, com isso a conversa vai sendo construída com boas perguntas. Isto vai gerar um momento de insight”, explicou. Para poder falar, é preciso que tenha alguém que escute – e isso já é um grande passo. O líder é responsável por essa segurança psicológica, de criar um ambiente propício para os times providenciarem espaços para as pessoas falarem. As pessoas escolhem agir, ser ator ou espectador. Isso traz autoridade, poder e responsabilidade, “é um ato de escolha de quem quer protagonizar, fazer a diferença”, falou. A pessoa atuando e protagonizando terá participação no produto final.
Na visão psicodinâmica, as pessoas precisam conhecer a si mesmas, se auto administrarem, entenderem a empatia dos outros e a capacidade de administrarem a relação. “Tem que ter um passo além, um propósito, um encaminhamento, um seguimento nessa dinâmica. É preciso tomar decisões para ser um líder. Por isso, também, a capacidade de resiliência e onde ser mais assertivo”, disse. A tomada de decisão do time, é do líder, não pode ser delegado ao conjunto. Não é apenas o saber, mas transformar em ações.
Após a sua palestra, Sérgio Piza fez uma sessão de autógrafos no stand da ABRH-PR no evento.