*** Regiane Maturo
Será? Será que todas as pessoas independentemente das suas características possuem as mesmas oportunidades no mundo do trabalho? Infelizmente não.
O mundo do trabalho não é receptivo às diferenças. E, como disse Caetano Veloso num trecho de Sampa : “… É que Narciso acha feio o que não é espelho…” ou seja, as empresas ainda buscam por “iguais”, por seus reflexos no espelho.
Isto é tão real que precisamos de leis que obriguem as empresas a contratar pessoas com deficiência e, mesmo assim, as coisas não acontecem. E o tema não é novo. É até repetitivo para muitos, porém a “lei de cotas”, no dia 24 de julho, fará 26 anos e as pessoas com deficiência não representam nem 1% dos vínculos empregatícios do Brasil, mais precisamente, 0,84% de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2015.
Ainda temos um longo caminho a percorrer e o que mais precisamos no que se refere à diversidade humana, é informação. É se permitir conhecer o outro, suas habilidades, suas potencialidades e deixar de lado nossos preconceitos e mitos transmitidos e reforçados ao longo dos anos. É saber, por exemplo, que já temos no Brasil vários jovens com Síndrome de Down nas universidades, mas ainda sem espaço no trabalho.
Neste dia do trabalho precisamos rever nossos conceitos e nos processos seletivos conseguirmos enxergar quem é esta pessoa que está na nossa frente e não apenas um “reflexo no espelho”.
*** Regiane Maturo é diretora de Diversidade da ABRH-PR