Governança corporativa e ética: O aprendizado do Brasil

23 de setembro de 2016


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O debate Governança corporativa e ética: O aprendizado do Brasil deu início à programação do segundo dia do XIV CONPARH. Conduzido pelo mediador Ricardo Cipullo, representante da comissão temática do evento, o talk show teve a participação de Alfredo Santana, Diretor Jurídico & Compliance na Volvo na América Latina, Harold Boullion, Diretor de Compliance e Auditoria da América Latina da Bosch, e Yoshio Kawakami, ex-presidente da Volvo e atualmente consultor nas áreas de gestão, estratégia e governança na Raiz Consultoria.

“As pessoas acreditam que a corrupção é algo inerente ao ser humano e que nunca vai acabar no Brasil. Atitudes praticadas no passado, como a escravidão, também eram tidas como imutáveis. Estamos iniciando um momento de mudança muito importante no país e futuramente, quando reunirmos nossos bisnetos, eles se chocarão com a prática da corrupção da mesma forma como nos chocamos hoje em relação à escravidão praticada no passado”, disse Cipullo, que atualmente dirige a Renaissance Executive Forums no Paraná.

Harold Boullion falou sobre o processo de estruturação de Compliance na Bosch, empresa que possui 400 mil empregados e hoje atua de forma padronizada mundialmente. “Iniciamos o processo em 2008 em função de um forte crescimento e o ingresso da Bosch em mercados asiáticos e no Leste europeu. Como razões principais, cito o fato da empresa trazer um legado muito forte de seu fundador pela legalidade, por sempre fazer as coisas da forma correta, valor muito forte dentro de casa”, comentou. “Aliado a isso, a abertura de novos mercados e novas frentes acarretou em novas culturas e na urgência de encontrar maneiras de manter nosso DNA positivo e legal”.

Para Alfredo Santana, o processo de Compliance implica diretamente na necessidade de criar perenidade à companhia. “Por trás existe um cunho financeiro e não vamos ser hipócritas dizendo que não. O processo consiste em lembrar à empresa o que ela deve fazer para contribuir com a sociedade e os cuidados que devem ser tomados para que ela seja perene e guiada por procedimentos adequados”.

Yoshio Kawakami contextualizou historicamente o surgimento do termo Compliance e sua interligação com o escândalo da extinta americana Enron Corporation, companhia de energia que empregava cerca de 21 mil pessoas e foi uma das líderes mundiais em distribuição de energia e comunicações. Após fraudes contábeis e fiscais e o acúmulo de uma dívida de US$ 13 bilhões, a falência da Enron motivou a redação da lei Sarbanes-Oxley, ou SOX, de 2002, que criou mecanismos de auditoria e segurança confiáveis garantindo a transparência na gestão das empresas. “O caso Enron foi um divisor de águas e mostrou a importância de um movimento global que instituísse as mesmas boas práticas em companhias ao redor de todo o globo”, explanou.

O evento é promovido pela ABRH-PR no Expounimed.

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