SIMEPAR condena adesão do HC à Ebserh em reunião do Conselho Universitário da UFPR

21 de agosto de 2014


 

EBSERH 21 DE AGOSTO3

O diretor do SIMEPAR, Darley Rugeri Wollmann Junior, novamente, condenou a proposta de adesão do Hospital de Clínicas de Curitiba à Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), durante a reunião não deliberativa do Conselho Universitário, que aconteceu nesta quinta-feira (21 de agosto), na Sala dos Conselhos (2º andar do prédio da Reitoria da UFPR).

Mais uma vez, o médico retificou a posição do SIMEPAR que é totalmente contra a assinatura de contrato de cogestão entre a Ebserh e o Hospital de Clínicas de Curitiba, reforçando a inconstitucionalidade da proposta, porque, em primeiro lugar, precariza o trabalho no maior hospital do Paraná, provoca a demissão de centenas de funcionários e ameaça a autonomia universitária, prejudicando a independência do ensino, extensão e pesquisa e sujeita o hospital às pressões e interesses do mercado.

O representante do Simepar disse que o governo federal perseguiu e ameaçou as entidades médicas por desejarem debater o tema a fundo. “A universidade brasileira está sendo destruída com esta ação. A falta de financiamento e de concursos públicos é um crime cometido contra a saúde há mais de vinte anos”, acusou. Disse ainda que a UFPR tem competência para gerir o HC sem a empresa. A médica Claudia Paola Carrasco Aguilar, diretora do SIMEPAR, também presente à reunião, reafirmou que a Ebserh é inconstitucional e um ataque aos direitos trabalhistas.”Somos a favor que o atendimento público do HC seja feito por servidores públicos, contratados por concurso público”, afirmou.

A adesão à Ebserh não é a melhor solução para o HC, observou o secretário-geral da APUFPR, Vilson Aparecido da Mata. Para os advogados da entidade Pablo de Castro e João Luiz Arzeno há inconstitucionalidade na lei criada pelo governo federal e questionaram o vínculo contratual dos seus funcionários (pelo regime de CLT). Ressaltaram que a experiência da organização no Rio Grande do Sul não foi bem sucedida.

Carla Cobalchini, presidente do Sinditest, salientou que não é necessário criar uma empresa para gerir o HC. Para ela, a UFPR precisa ter coragem para administrar o Hospital de clínicas diretamente. A professora Maria Malta, da UFRJ, acusou a Ebserh de ser inadimplente com a universidade carioca e não ter compromissos com a pesquisa e o ensino.

O representante da Fasubra (Federação dos Servidores das Universidades Brasileiras), Gibran Jordão, repetiu os argumentos e disse que a maioria das entidades de professores e estudantes critica a adesão à empresa, além do Conselho Nacional de Saúde e aliados do governo federal. A representante do DCE, Bruna Ornellas, questionou a MP 520, que deu origem à Ebserh, afirmando que onde a Ebserh foi aprovada, não deu certo. Outro representante do DCE, Lawrence Estivalet, defendeu o aprofundamento da discussão, mas pediu que a adesão à empresa seja submetida a plebiscito da comunidade universitária, aprovado pelo Coun.

O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, garantiu que nenhuma decisão sobre a proposta da Ebserh será tomada sem a aprovação do Coun e informou que a reunião do Conselho para a votação final da matéria está marcada para o dia 28.

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