Associação debate a erosão na agricultura devido às fortes chuvas

10 de julho de 2014


 Diretoria Executiva da AEAPB (Associação de Engenheiros Agrônomos de Pato Branco) se reúne todo mês para discutir aspectos técnicos e administrativos. No encontro mais recente, realizado na sede da associação, os profissionais da entidade discutiram sobre as fortes chuvas que atingiram a região Sul do Brasil nas últimas semanas e as consequências que elas trouxeram. A conservação dos solos e a prevenção de enchentes foram os principais tópicos debatidos.

O engenheiro agrônomo e diretor técnico da AEAPB, Luís César Cassol, comentou que o sustentáculo de qualquer sistema produtivo é o solo. Com a intensidade das chuvas em um curto espaço de tempo, podem surgir erosões, ainda mais que, no caso do Sudoeste do Estado, há terrenos de elevados declives. “Essas duas características, erosividade e declividade, devem sempre estar na mente dos agricultores. O problema somente será minimizado, ou controlado, se um conjunto de práticas conservacionistas for adotado. Além do sistema de plantio direto, é fundamental que os produtores voltem a adotar as práticas mecânicas de conservação do solo e da água”, destacou.

As fortes chuvas das últimas semanas conseguiram estourar alguns terraços de propriedades rurais, que são sulcos ou valas construídas transversalmente à direção de um declive. De acordo com Cassol, é importante que o agricultor mantenha os terraços sempre em condições funcionais. “Nada adianta os esforços que os municípios vêm realizando no sentido de dar condições de trafegabilidade às estradas rurais se os produtores não fizerem a sua parte. A estrada deve estar integrada com a lavoura e a água deve ir da estrada para a lavoura e não o contrário”, frisou.

Cassol salientou que no município de Pato Branco, por exemplo, a Secretaria da Agricultura tem desenvolvido ações muito positivas nesse sentido. “Porém, alguns produtores não aceitam esse trabalho e fazem do seu jeito, via-de-regra com espírito estritamente econômico, sem considerar as consequências que práticas irresponsáveis podem trazer não apenas a ele, produtor, mas a toda sociedade”, ressalvou.

 

Outros cuidados

Além das perdas de solo e água pela baixa capacidade de infiltração da terra, em função dos problemas de compactação do solo por excesso de tráfego de máquinas ou pisoteio animal, a região Sudoeste vive um momento de estabelecimento da cultura de trigo. “Dessa forma, com a erosão, também são perdidos os insumos aplicados, sementes, adubos e agrotóxicos, os quais vêm sendo utilizados de forma crescente nas diferentes regiões. Os prejuízos dessas perdas vão muito além da questão econômica, mas atingem a esfera ambiental causando contaminação dos mananciais e mortandade de peixes devido à eutrofização das águas”, informou Cassol.

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