ESG não é modismo, é uma questão de sobrevivência das empresas

4 de outubro de 2023


Ao abrir mais uma edição do Bom Dia RH, com o tema “O papel dos sistemas corporativos na agenda ESG”, o presidente da ABRH-PR, Gilmar Andrade, lembrou que “inserimos este tema em nossa pauta de ações com os associados desde o ano passado, quando realizamos um evento na Fiep, e tratamos de ESG e Recursos Humanos”.

 

Gilmar destacou que muitas organizações lançam a temática, mas acabam não sabendo como avançar. “Acredito que ainda vai demorar alguns anos para que ESG seja internalizado nas empresas, assim como aconteceu com a qualidade. Hoje, quem não tem qualidade está fora do mercado”, observou.

 

A ABRH-PR recebeu os participantes do Bom Dia RH, na quinta-feira (28.09), no Hotel Deville, em Curitiba, em parceria com a Benner Sistemas, empresa que oferece soluções para diversos segmentos de negócios, com 25 anos de expertise no mercado e presente em várias cidades brasileiras.

Para falar sobre ESG, foram convidados Marcelo Murilo (Co-Fundador e VP de Inovação do Grupo Benner, Mentor, Conselheiro, Membro do Board Club e Especialista do Gerson Lehrman Group e da Coleman Research), Fernanda Consoni (Head de Gente & Gestão do Grupo Benner) e Alan Abdalla (Analista de Educação Corporativa SR do Grupo Benner). Os debates foram mediados pelo presidente da ABRH-PR.

 

Sem romantismo

Em sua apresentação sobre o papel dos sistemas corporativos na agenda ESG, Marcelo Murilo assegurou que o compromisso com as práticas de ESG se tornou imprescindível para a sobrevivência das organizações no mundo todo.  “Por isso, não devemos tratar ESG com romantismo. Não é modismo. É um atributo para se manter no mercado, competindo”, pontuou.

 

De acordo com ele, pesquisas apontam que os consumidores estão exigindo cada vez mais transparência e responsabilidade socioambiental das corporações. Preferem comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e não se importam em pagar um pouco mais por isso. Investidores têm voltado seus olhos para empresas com altos padrões de ESG e que a apresentam menos riscos e maior potencial de rentabilidade. “Talentos estão escolhendo companhias sustentáveis e transformadoras, que são mais criteriosos na escolha de seus fornecedores, em especial no que tange a indicadores de sustentabilidade”, observou.

 

A transição para uma abordagem de negócios mais sustentável não é fácil, mas é necessária, pontuou Marcelo. E como começar esse processo?  Uma das medidas que pode ser citada é a pegada de carbono. “Além de calcular a emissão de carbono na atmosfera, as empresas devem reduzir, não apenas compensar.  Fazer o cálculo, considerando critérios como consumo de papel e energia, viagens corporativas, sobre a produção de resíduos industriais, deslocamento de funcionários, distância, frequência e tipo de meio de transporte, fazer o controle e divulgar os dados todos os meses, preferencialmente, em painéis indicativos, buscando o engajamento do time e a redução constante”.

 

Responsabilidade social

Quando se fala de responsabilidade social, não se refere apenas aos colaboradores, mas também aos clientes, à comunidade e à sociedade em geral. “No S, o papel do RH é ainda mais fundamental, pois é dele que serão extraídas as informações necessárias para compor, medir, analisar e definir ações que tornem a empresa mais alinhada com as práticas ESG”, disse Marcelo. “Sustentabilidade social tem tudo a ver com a sustentabilidade da empresa. Desta forma, a organização deve buscar o máximo de diversidade no time e de equidade nas oportunidades”.

 

Um relevante indicador de sustentabilidade corporativa e o NPS (Net Promote Score), que mede o grau de satisfação dos seus clientes e o quanto eles estariam dispostos a indicar a sua empresa para outras pessoas.

 

Governança

A empresa com boa governança, ou seja, que tem qualidade na administração e atua dentro dos padrões de transparência e diversidade, tem mais probabilidade de crescer e ter sucesso. Neste contexto, treinamentos anticorrupção, educação corporativa, conhecimento das legislações e normas são fundamentais.

 

Os relatórios de sustentabilidade também são importantes indicadores de ESG para mostrar transparência aos acionistas, engajar os colaboradores e atrair talentos. “São ferramentas fundamentais para que as relatem o seu desempenho nas esferas ambiental, social e econômica a todos os principais interessados em suas atividades, como acionistas, clientes, parceiros e colaboradores. Além disso, as organizações podem estabelecer pontos mais importantes e que precisam de maior atenção em sua estratégia ESG, o que traz vantagens ao negócio”, assegurou Marcelo.

 

Ao concluir sua palestra, avaliou que se as empresas não investirem na agenda de sustentabilidade, usando como base os indicadores ESG, “não será possível recrutar e reter os talentos da nova geração, nem ser atrativo para os clientes e sequer, atrair investimentos. É o básico, sem o qual sua empresa não irá sobreviver”.

 

Educação corporativa

O Bom Dia RH prosseguiu com a apresentação de Fernanda Consoni e Alan Abdalla, que trataram sobre as ações de ESG da Benner.  Falaram sobre educação corporativa, impacto dos investimentos nas empresas sustentáveis, participação da alta direção na efetividade das práticas de ESG.

 

Quanto ao RH da Benner, Fernanda disse que todo o processo seletivo até a contratação do colaborador é digital. Afirmou que é essencial comunicar as intenções e estratégias em ESG da empresa para todos, para garantir engajamento e apoio de todas as partes interessadas. Lembrou que a implementação de práticas ESG é um processo contínuo que requer comprometimento a longo prazo. Abdalla descreveu a plataforma Educa Benner, como ferramenta de disseminação da cultura ESG dentro da companhia.

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