Urbanização em Londrina exige atenção para evitar desastres naturais

1 de fevereiro de 2011


 

A tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, em virtude das chuvas, trouxe à tona a discussão sobre a falta de infraestrutura das cidades para evitar catástrofes naturais. Em Londrina, um dos principais fatores que pode contribuir com os alagamentos é o crescimento urbano, segundo a avaliação do engenheiro civil, especialista em planejamento e gestão ambiental e presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente de Londrina, Fernando de Barros. “Temos fundos de vale preservados, coisa rara nas cidades brasileiras, porém a crescente urbanização da cidade e a conseqüente impermeabilização dos terrenos fazem com que a drenagem urbana não seja suficiente para coletar e enviar ao corpo hídrico a água das chuvas na velocidade ideal”, afirma. Para o especialista, o resultado disso são ruas cheias d’água após temporais, “em especial na região central e alguns bairros”, complementa.

Outra situação que merece atenção por parte das autoridades é a possibilidade de queda de árvores. “O Poder Público não possui um sistema de avaliação da saúde da arborização urbana, em alguns casos com mais de 30 e 40 anos”, explica Barros. A queda de árvores poderia ser evitada com um programa permanente de análise das condições das plantas em áreas de risco.

Para Barros, simples providências podem evitar maiores desastres, como manter as bocas de lobo permanentemente limpas e exigir o cumprimento da legislação que determina que 20% da área dos lotes deve ser impermeável. Isto porque, na prática, com a ocupação, as pessoas pavimentam as regiões arborizadas com concreto, inviabilizando a permeabilidade do solo.

Para o gerente da regional Londrina do CREA-PR, Jefferson Oliveira da Cruz, os profissionais ligados à entidade devem utilizar seus conhecimentos para auxiliar as pessoas e a sociedade com relação a infraestrutura dos municípios. “É importantíssimo que os projetos das edificações sejam elaborados por profissionais capacitados e legalmente habilitados, e que estes profissionais elaborem seus projetos de acordo com as legislações existentes”, diz.

Abenc

Nos últimos dois anos, a Associação Brasileira dos Engenheiros Civis (Abenc) realizou dois seminários sobre catástrofes naturais. O primeiro aconteceu em Curitiba, em 2009 e o segundo no final de 2010, no Rio de Janeiro.  De acordo com o presidente nacional da associação, Ney Fernando Perracini de Azevedo, é possível prever e evitar catástrofes naturais. Para isso, é preciso fazer um planejamento urbano adequado, respeitar esse plano, fiscalizar de forma severa a ocupação de áreas de riscos. Além disso, faz-se necessário um mapeamento das áreas de risco e buscar soluções para os problemas diagnosticados, entre outras ações.

Defesa Civil

No Paraná há sérias possibilidades de problemas climáticos gerarem problemas aos municípios, já que a maioria das cidades não possuem uma Defesa Civil constituída. O levantamento, realizado pelo Governo Estadual, mostra que em 2009 dos 399 municípios paranaenses, 193 (48%) não tinham o órgão estruturado.

 

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