Diversos aspectos sobre o contrato de cogestão entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e o Hospital de Clínicas de Curitiba foram debatidos durante reunião comunitária, realizada nesta quinta-feira (24), no auditório do HC. Mais de 400 pessoas participaram do primeiro debate público. A discussão abordou contratação dos servidores, da estabilidade dos que estão atualmente na ativa, das possíveis melhorias para o ensino e pesquisa e também estruturais para o atendimento aos pacientes, além da constitucionalidade ou não da empresa e autonomia universitária.
Os diretores do Sindicato dos Médicos do Paraná – Simepar, Claudia Paola Carrasco Aguilar e Darley Rugeri Wollmann Junior participaram da discussão e ratificaram a posição do Sindicato que é totalmente contrária a adesão do hospital à empresa. Eles ressaltaram que a criação da Ebserh é inconstitucional. “Impedir a implantação dessa empresa é evitar a precarização do trabalho no maior hospital do Paraná e referência em atendimento e prestação de serviços”, destacou Wollmann. “A Ebserh representa uma séria ameaça à autonomia universitária, prejudica a independência do ensino, extensão e pesquisa e sujeita o hospital às pressões e interesses do mercado”, garante.
Para a diretora do Simepar, o fator mais grave em toda a situação é que a Ebserh afronta o caráter público do HC e prejudica diretamente os funcionários técnicos, administrativos e a equipe clínica. “A proposta apresentada pela empresa intensifica a precarização do trabalho no serviço público e na saúde, pois, ao permitir contratar funcionários através da CLT por tempo determinado (contrato temporário de emprego), acaba com a estabilidade, comprometendo a continuidade e qualidade do atendimento em saúde. De acordo com Claudia, a gestão hospitalar pela Ebserh significa o oposto do que têm defendido e reivindicado os trabalhadores da saúde. “A Ebserh é inconstitucional e um ataque aos direitos trabalhistas.”Somos a favor que o atendimento público do HC seja feito por servidores públicos, contratados por concurso público”, defende. Os diretores do Simepar frisaram que a saúde é um bem público, que não pode e não deve se submeter aos interesses do mercado e do capital.
Participaram da mesa que coordenou os debates da reunião comunitária o reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho, o coordenador de Desenvolvimento de Pessoas da Ebserh, Ilson Iglesias Gomes, o procurador do Ministério Público Federal, Peterson de Paula Ferreira, o diretor geral do HC, Flavio Tomasic, o superintendente do Hospital Universitário de Brasília – HUB, Hervaldo Sampaio Carvalho, a procuradora da UFPR, Maria Albertina Carino dos Santos, a procuradora Antonia Lélia Neves Sanches, do Ministério Público do Trabalho, e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Carla Cobalchini.