Renan Justi
O estresse não escolhe profissão, classe social, homens ou mulheres. A única certeza, segundo a CarrerCast, página de empregos que avaliou 200 profissões nos Estados Unidos, é que as carreiras de repórter e fotojornalista figuram entre as 5 profissões mais estressantes do mercado. As principais razões apontadas pela pesquisa são a pressão dos fechamentos, a exigência de trabalhar “em tempo real” com prazos curtos, além do ambiente de trabalho, grau de competitividade, salários e riscos de cobrir conflitos civis.
Ranking: 1º Piloto de aviões comerciais, 2º Relações Públicas, 3º Executivo sênior, 4º Fotojornalistas, 5º Repórter.
De acordo com psicólogos, os fatores responsáveis pela primeira fase do estresse decorrem de um elemento essencial no jornalismo: tempo. “O dia-a-dia, a rotina, a falta de tempo para o lazer, os profissionais que ficam sobrecarregados, trabalhando além da conta, tudo isso diminui a qualidade de vida”, explica a psicóloga Naíra Amaral, do centro Acesso Saúde.
No Twitter, os seguidores do Comunique-se no Twitter exemplificaram o que a profissão de jornalista tem de mais estressante.
@mmoura: Ter que saber de tudo um pouco, ter que estar em muitos lugares ao mesmo tempo, nunca ter folga, estar sempre atrás de um furo.
@pollibud: Baixos salários; falta de liberdade criativa, de autonomia; trabalhar mais do que o definido em contrato etc.
@macgouve: Acho que a questão da edição é bastante estressante, nem sempre é fácil ver que o seu “certo” não é tão “certo” assim…
@marcelonahime: A dependência das fontes para fazer a matéria e o deadline curtíssimo são aspectos que favorecem o estresse! #fact
O resultado do estresse originado pelo trabalho interfere não apenas no emocional, mas também na parte fisiológica, com jovens de 25 anos que sofrem problemas cardíacos, vida sedentária e aumento do índice de obesos. “Aquilo que ultrapassa o seu limite gera estresse e um quadro de ansiedade”, destaca Amaral, que avalia como uma “bomba-relógio” os profissionais que afirmam serem mais produtivos quando estão sob pressão.
Avalie-se
Na opinião de Julio Turbay, psicólogo especializado em Gestão do Trabalho, com mais de 15 anos de profissão, é possível que repórteres (e profissionais das demais áreas) detectem se a profissão lhe causará problemas emocionais com antecedência. Basta comparar sua capacidade para realizar o trabalho com o grau de dificuldade requerido pela profissão. “É importante fazer um paralelo entre nível de capacidade do profissional versus sua dificuldade em executar o trabalho”, sugere.
O conselho dos psicólogos não é buscar um emprego que lhe atribua tarefas consideradas banais, o que causaria comodidade e relaxamento. “O ideal é você fazer aquilo que te exija um pouco mais do que já está habituado a fazer”, sugere.
Amor à profissão
Por diversas circunstâncias, o estresse atinge até mesmo quem nasceu para fazer o que gosta. Às vezes, uma determinada obrigação, do qual você não sente prazer e também não se importa em realizar, pode despertar a longo prazo um profissional estressado. “No jornalismo, por exemplo, o profissional pode gostar de redigir reportagens, mas detesta entrevistas por telefone, o fator (que gera estresse) varia.”, analisa Turbay.
Dicas para combater o estresse
• Não espere adoecer para procurar um psicólogo
• Descubra um hobby
• Dedique ao menos 30 minutos ao lazer
• Encontre, dentro da sua empresa, espaços onde você possa descansar
• Estabeleça metas, trace objetivos para cumprir tarefas
• Estimule na sua empresa programas de combate ao estresse (por exemplo, ginástica laboral, palestras com convidados especiais)
Fonte: site Comunique-se