Indicadores na gestão de pessoas e sua importância nas organizações

20 de setembro de 2013


No dia 19/09 houve a apresentação oficial do 5° Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos, estudo elaborado pela Bachmann & Associados, em parceria com a ABRH-PR e o Isae. O café da manhã foi patrocinado pela Odontoprev. Logo no início do evento, o diretor de Relações Institucionais e de Novos Negócios da ABRH-PR, Eduardo Amorim, entregou aos patrocinadores e parceiros da pesquisa um troféu em reconhecimento ao trabalho e ao investimento no projeto. As empresas homenageadas foram: Bachmann & Associados, ISAE, Odontoprev, JML Consultoria e Eventos, V2B Tecnologia, Corgraf, SENAI, SESI, Unimed e CR Almeida.

“Mais de 250 pessoas refletindo sobre um tema tão importante, que são os indicadores para aprimorar a gestão de pessoas”, assim a presidente da ABRH-PR, Daviane Chemin, abriu a sua participação. De acordo com ela, o desafio do crescimento sustentável das organizações é resolver a equação que combine os indicadores de lucros, sucesso e excelência com os indicadores que tratem do bem estar das pessoas, ambiente de trabalho e satisfação. “O Benchmarking traz uma fotografia nítida da realidade das empresas e da forma de gerir pessoas para o alcance de seus resultados. É um estudo muito importante e pioneiro entre as ABRHs em nível nacional”, afirmou. Para a diretora de gestão corporativa do Isae, Tânia Lopes, o projeto do Benchmarking é estratégico e uma ferramenta poderosa de gestão. “As pessoas são o grande ativo das organizações. A edição deste ano contou com 176 empresas, em um universo de 200 mil funcionários. Agora, compete às organizações estudar os dados e torná-los uma ferramenta estratégica”, disse.

Diálogo sobre indicadores

Na segunda parte do evento, especialistas participaram do painel “Indicadores de Gestão de Pessoas: A oportunidade para gerar competitividade”, com Ulrico Barini, diretor de Pessoas e Organização da Odebrecht Óleo e Gás, e professor em programas de MBA da FEA-USP, Ibemec, FGV-SP e Universidade Positivo; Hugo Eduardo Meza Pinto, coordenador do curso de Ciências Econômicas das Faculdades Integradas Santa Cruz, é professor da Universidade Positivo; e mediado por Bruno Fernandes, consultor em estratégia e gestão de pessoas, professor da Universidade Positivo e diretor de Pesquisa da ABRH-PR.

Primeiro a falar, Hugo Meza abordou aspectos econômicos mundiais que podem refletir na gestão das organizações, como a crise europeia, a recuperação dos Estados Unidos, a diminuição do crescimento na China, os BRICs e a realidade econômica no Brasil. “Este ano é um momento de recuperação mediana na economia nacional, saindo de um processo de estagnação. Há uma tendência de mercado que o PIB feche este ano em 2%, mas há outros elementos que colocam um freio nessas expectativas”, disse. O economista ainda disse que uma das maiores dificuldades do Brasil é encontrar mão de obra especializada, diferentemente de outros países do BRICs, em especial a Índia.

Ulrico Barini passou aos presentes um pouco de sua experiência como executivo de Recursos Humanos, que passou por grandes empresas, como banco Santander, Braskem, Embraer e Odebrecht. Ele afirmou que o profissional vai formando a sua visão através das experiências e, segundo Barini, é imprescindível ao gestor de pessoas entender a linguagem da empresa, que são os números. “As organizações trabalham por resultados e têm que dar lucro. É importante conhecer o futuro, estudar planejamento estratégico. Pessoas, dinheiro e futuro – é tudo o que as empresas precisam”, resumiu. Os indicadores devem ser relevantes, pois segundo Barini, o que não pode ser medido, não pode ser acompanhado. “Devemos criar um conjunto de números que podem ser avaliados e, conhecendo esses números, ajuda a se posicionar o seu trabalho”, disse. Para finalizar, o executivo afirmou que “sofremos do mal do funcionalismo”, por isso há dificuldades nos processos. A sugestão aos profissionais é serem sistêmicos e conhecerem tudo o que envolve a empresa.

Por fim, o moderador do diálogo, Bruno Fernandes, sintetizou as informações citadas pelos dois convidados. “Os indicadores são uma tradução numérica de uma realidade complexa”, declarou. Só se gerencia aquilo que se pode mediar, pois gera resultado. Neste contexto, o profissional de RH deve saber lidar com os números para obter os investimentos necessários em seu setor. Fernandes afirma que o argumento do profissional de RH é qualitativo em detrimento a outras áreas, que são mais assertivas. “Se não aprendermos a decodificar a argumentação em termos de resultados, perdemos a possibilidade de investimentos. A distância entre evidenciar resultados de RH e resultados empresariais talvez não seja apenas um problema dos profissionais da área. A dificuldade maior é a longa distância entre o investimento de pessoas e os resultados das organizações”, concluiu.

Resultados 5° Bechmarking

Para finalizar o evento, o diretor da Bachmann & Associados, Dórian Bachmann, mostrou alguns dos resultados do estudo. Na sua apresentação, ele pontuou os indicadores. Seguem as principais conclusões:

– A Rotatividade média anual nas empresas da amostra foi de 40,4%. É o índice mais baixo dos últimos três anos, revertendo a tendência observada desde 2009. “Este resultado provavelmente decorre do desaquecimento no mercado de trabalho pelo segundo ano consecutivo”, diz Bachmann.

– A Retenção 90 dias média (82,7%) foi semelhante a dos anos anteriores. Os destaques são para a Administração Pública pelo maior valor (94,6%) e o Comércio, com o menor valor (77,9%).

– A média de Absenteísmo foi de 4,6%, enquanto o Absenteísmo Médico respondeu por 37% das ausências.

– A prática da Hora Extra está disseminada nas empresas, na média, 5,1% do tempo trabalhado foram horas extras pagas. “Em algumas organizações, o volume é significativo, o que indica a necessidade de ações corretivas”, diz Bachmann.

– O tempo dispendido em Treinamento em 2012 correspondeu, em média, a 2,5% do tempo total trabalhado – aproximadamente 67 horas por empregado no ano. “Este resultado, bastante positivo, foi fortemente influenciado por alguns setores, como o de concessionárias de veículos, que fizeram um forte investimento em capacitação”, avalia Bachmann.

– Embora 33 organizações (19,2% da amostra) não tenham reportado acidentes com afastamento, a Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) média da amostra foi de 10,22 acidentados por milhão de hora trabalhadas. “Esse valor, embora semelhante ao do ano anterior, é muito elevado e aponta a necessidade de ações preventivas mais fortes”, conclui Bachmann.

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