O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, esteve em Curitiba na última sexta-feira (08.08) para uma palestra na Associação Comercial do Paraná (ACP). Com o tema “Perspectivas para um Novo Brasil”, o governador compartilhou a experiência de sua gestão, focada em responsabilidade fiscal e atração de investimentos, e defendeu um modelo de eficiência para o país.
O evento foi aberto pelo presidente da ACP, Antonio Gilberto Degerone, que destacou a trajetória de Zema como empresário do varejo e sua entrada na política por motivação pessoal. “A política deve ser um exercício diário de ‘boa política’, voltada para os negócios e para o ‘bem servir a todos’”, frisou Degerone, que ainda descreveu a eleição de Zema em um estado falido como prova de sua capacidade de gestão. O vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, também presente, definiu o governador como um “empreendedor” e “homem que assume compromissos e arrisca suas coisas para lutar pela coletividade”.
Virada de Minas Gerais
Zema iniciou a palestra contando a história de sua família, descendente de imigrantes italianos, e sua própria jornada empresarial. Ele relatou que sua entrada na política foi inesperada. Contou que, já em campanha, percorreu mais de 70 mil quilômetros, constatando a situação “à beira da falência” do estado.
Em sua gestão, Zema adotou uma política de “boa administração”, com redução de gastos e aumento da arrecadação sem elevação de impostos. Essa abordagem resultou na reversão do déficit para um superávit de mais de R$ 5 bilhões. A despesa com pessoal foi reduzida para 48,8% da receita corrente líquida, e a dívida geral do estado foi reduzida proporcionalmente. “Essa regularização devolveu dignidade aos municípios e servidores”, destacou o governador, que citou o pagamento de dívidas herdadas com repasses atrasados a prefeituras e a devolução de depósitos judiciais.
Motor de crescimento
O governador ressaltou que o ajuste fiscal resgatou a credibilidade do estado e permitiu a atração de investimentos privados recordes. Desde 2019, Minas Gerais recebeu mais de R$ 460 bilhões em investimentos privados, o que representa um crescimento de quase 1.900% em comparação com gestões anteriores. Essa política impulsionou a criação de cerca de 1 milhão de empregos formais.
Zema também apresentou avanços na infraestrutura. A gestão recuperou mais de 5 mil quilômetros de rodovias, concedeu a ampliação do metrô de Belo Horizonte e iniciou as obras do Rodoanel Metropolitano, com R$ 5 bilhões em investimentos. No setor energético, Minas se tornou líder nacional em geração fotovoltaica, passando de 500 megawatts para 13 gigawatts. “A mudança foi simples: criamos um mapa online de pontos de conexão, o que atraiu R$ 80 bilhões em investimentos, sem usar dinheiro público”, explicou.
A segurança pública foi outro ponto de destaque. O governador afirmou que hoje, 23 milhões de brasileiros vivem em áreas controladas pelo crime organizado, onde o Estado não está presente. “Em Minas, felizmente, a nossa polícia acessa 100% das vias públicas, o que contribui para atrair investimentos, pois ninguém quer investir em um local dominado pelo crime”.
Visão para o Brasil
Ao projetar o futuro do Brasil, Zema defendeu que a experiência de Minas Gerais pode servir como um modelo. Ele criticou a alta burocracia e a “gastança” do governo federal, que, segundo ele, aumenta a inflação e mantém a taxa de juros elevada, inviabilizando investimentos e travando o crescimento. “O Brasil paga mais de R$ 1 trilhão por ano só de juros da dívida pública. É insustentável”, alertou.
Zema concluiu sua palestra defendendo um “choque de credibilidade” e reformas estruturais urgentes – administrativa, tributária e a preservação da reforma trabalhista. E disse que O Brasil já superou grandes obstáculos, como a hiperinflação e as crises cambiais. “No dia que este país oferecer crédito para quem investe e gera emprego, com taxas de 3% ou 4% ao ano como no exterior, ninguém segura este país. Minas Gerais prova que a boa gestão é o caminho”, finalizou.
