Estadão afirma que está há dois anos ‘amordaçado’ pela Justiça

2 de agosto de 2011


Da Redação

No domingo (31/7), fez exatamente dois anos da decisão judicial que impede o jornal O Estado de S. Paulo de publicar informações referentes às investigações da Polícia Federal sobre denúncias de crimes cometidos pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). As apurações da PF levaram ao indiciamento de Fernando por lavagem de dinheiro, tráfico de influência, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

Com a data dos 730 dias sem poder mencionar o trabalho das autoridades policiais na operação que ficou conhecida com Boi Barrica, o site do Estadão publicou, em caráter de editorial, um texto afirmando que a publicação está amordaçada. “A decisão de amordaçar o jornal foi tomada, a pedido do investigado, pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF).”

A matéria do Estadão.com também afirma que o juiz responsável pela decisão de impedir que o jornal publicasse o andamento da Operação Boi Barrica é amigo do ex-presidente da República e pai do investigado, José Sarney. Apesar de Fernando ter desistido da ação contra o diário do Grupo Estado, o veículo avalia que tem motivos para o processo ser julgado até o fim.

“Isso (desistência de Fernando Sarney divulgada em 18/12/2009) não impediria o empresário de voltar à carga, com outro pedido idêntico de censura, se o jornal publicasse novas reportagens sobre o inquérito, o que fatalmente faria, quanto mais não fosse, com o material de que já dispunha. Havia ainda outro fator, mais importante, para a recusa: a questão de princípio mencionada na abertura deste editorial”, argumenta o Estadão.

O jornal ainda cita que faz questão de ter um pronunciamento definitivo sobre o que considera a “aberração da censura prévia, que viola a Constituição, ao atentar contra a liberdade de imprensa e o direito à informação no País.”
Fonte: site Comunique-se

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