Com uma programação voltada às tendências do comércio exterior nos próximos anos, está aberto oficialmente o Encontro Brasileiro de Comércio Internacional 2010, no Radisson Hotel, em Curitiba (PR). Na abertura, o presidente do Instituto de Pesquisas em Comércio Internacional e Desenvolvimento (INTER), Gabriel Araújo Lima, traçou um panorama sobre a realidade nacional do comércio exterior. “Posso citar cinco vulnerabilidades internas que dificultam a exportação brasileira: a alta taxa de juros, que chega a ser predatória, a moeda super valorizada, a alta carga tributária, a insuficiência da infraestrutura e o caráter estamental. Mesmo assim, as empresas estão galgando posições importantes no mercado internacional, prova disso é que nesta década crescemos 720% em exportações em comparação aos anos 90”, ressaltou.
Outros números citados na apresentação mostram a importância da prática na economia nacional. Segundo Araújo Lima, o comércio exterior em 1990 representava 11% do PIB brasileiro, em 2008 o número saltou para 24%. “A inserção internacional está progredindo, por isso o objetivo do Encontro é produzir e comunicar conhecimento que contribua para a prática empresarial e atender a demanda reprimida no mercado nacional”, disse.
Painel: Comércio internacional e Desenvolvimento
O primeiro palestrante foi o presidente do Conselho de Administração da Bematech, Marcel Malczewski, sobre Inovação e internacionalização de empresas, onde explicou o processo de entrada da empresa no mercado internacional. Líder no segmento de automação comercial no Brasil, a corporação traçou objetivos para, a partir do ano 2000, avançar em novas geografias e ofertas, incorporando o serviço de desenvolvimento de softwares. “Abrimos o nosso capital em 2007 e estávamos curiosos em conhecer o mercado externo, passamos por um período de aprendizado com alguns sucessos e vários insucessos. Ampliamos as nossas operações e hoje temos bases nos Estados Unidos, na Ásia, na Argentina e Alemanha – para atender a Europa”, afirmou. Atualmente, o braço internacional da Bematech representa 10% da receita da empresa.
A conferência seguinte sobre O comércio exterior no desenvolvimento do país, com o secretário de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, que apontou alguns números do comércio exterior no Brasil. Para 2010, a expectativa é o crescimento de 30% nas exportações, com a possibilidade de bater o recorde de US$ 200 bilhões, registrado em 2008. No quadro de itens exportados, 44,7% são de produtos básicos, 39,5% de manufaturados, 13,8% de semimanufaturados e 2,1% de operações especiais. “Temos um desempenho bastante diversificado, nosso principal comprador é a Ásia, seguido pela América Latina, especialmente o Mercosul, e a Europa”, disse. Segundo Barral, os principais desafios são tributação, logística, custo da burocracia, câmbio e a atuação do setor privado, “estamos elaborando propostas para viabilizar o aumento das exportações, como por exemplo, o projeto encaminhado ao Congresso que exclui o volume de exportações da base do Simples, ou seja, as empresas poderão exportar R$ 2 milhões e ainda se manter no regime”, complementou.
O Encontro Brasileiro de Comércio Internacional 2010 acontece no Radisson Hotel (av. 7 de Setembro, 5190) até às 20h30.