A 5ª edição do Encontro Sul Brasileiro de Engenharia Ambiental e Sanitária – ESBEA, foi realizada na última semana em Curitiba, no auditório do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da Universidade Federal do Paraná (SEPT/UFPR). O evento, considerado o principal da área no Sul do país, é uma realização da APEAM – Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais, em parceria com o CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, e reúne profissionais, pesquisadores, estudantes e representantes de órgãos públicos para três dias de intensa programação técnica.
A programação foi iniciada com a palestra magna do engenheiro ambiental Thiago Edwiges, que abordou “O papel do Engenheiro Ambiental e Sanitarista no contexto da transição energética e da bioeconomia circular”. A abordagem provocou reflexões sobre o protagonismo da engenharia ambiental diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelas exigências de um modelo de desenvolvimento mais equilibrado.
Ao dar as boas-vindas aos participantes, o presidente da APEAM, Luiz Guilherme Vieira, destacou a importância do evento para a valorização da profissão e o fortalecimento da categoria. “É com imensa satisfação que a Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais – APEAM abre as portas para o 5º Encontro Sul Brasileiro de Engenharia Ambiental e Sanitária! Este evento, que já se tornou um marco em nossa agenda, é fruto de um trabalho colaborativo e da crença na força da união para o avanço da nossa profissão”, afirmou. Ele também ressaltou a missão da entidade em promover debates qualificados e contribuir com o desenvolvimento técnico do Paraná. “Que este Encontro seja um espaço fértil para a construção de novas ideias, o aprimoramento de conhecimentos e o fortalecimento das redes de contato entre os profissionais da Engenharia Ambiental e Sanitária”.
Rede de conhecimento
A cerimônia de abertura contou com a presença de lideranças do setor, como Tatiana Pinheiro, presidente da FNEAS – Federação Nacional das Associações de Engenharia Ambiental e Sanitária. Em sua fala, ela destacou o papel das universidades e da ciência na formação de profissionais de excelência: “Não tem associativismo, não tem profissional, não tem nada sem a ciência, sem a universidade. Sempre que a gente volta para a universidade, a gente se sente acolhido. É um momento de reencontro, de troca e de valorização do conhecimento”. Tatiana também alertou para o atual momento de transição das políticas de licenciamento ambiental no Brasil. “É fundamental que a gente promova encontros como este para discutir, com respeito e base técnica, as mudanças na legislação e seus impactos”, completou.
Em seu pronunciamento de abertura, Renato Roland Corrêa da Silva, representante do CONFEA e também engenheiro ambiental, reforçou o compromisso do Conselho com a valorização da categoria. “Ser engenheiro ambiental no Brasil é uma luta. É uma formação que ainda está conquistando seu espaço nas universidades e no mercado. Abrir e manter esse espaço não é fácil. Parabéns a todos os envolvidos pela realização deste evento tão necessário”, declarou.
Já Edson Luiz Dalla Vecchia, diretor-geral da Mútua Paraná, reforçou o apoio da instituição aos profissionais registrados. “A Mútua é a caixa de assistência dos engenheiros. Disponibilizamos 18 tipos de benefícios que ajudam desde a compra de um carro até a aquisição de equipamentos e capacitação profissional. Nossa missão é apoiar os engenheiros a trilharem seus caminhos com mais estrutura e segurança”, comentou.
Universidade parceira
Representando a UFPR, a professora Joice Kuritza, do Departamento de Engenharia Ambiental, sublinhou a importância da parceria entre academia e setor produtivo. “O curso de engenharia ambiental da UFPR é um dos mais antigos do Brasil, e é essencial que esteja presente em eventos como este. A programação está riquíssima, e é uma oportunidade única para os nossos estudantes. É um evento gratuito, mas que só é possível graças aos patrocínios e ao envolvimento de diversas entidades. Que todos possam aproveitar ao máximo essa experiência”, afirmou.
Clésio Leonel, do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC), também participou da mesa de abertura e fez uma análise realista sobre os desafios enfrentados pelos profissionais da área. “A área ambiental sempre foi conflituosa e está, cada vez mais, no centro dos debates. O órgão ambiental precisa fazer a gestão desses conflitos de forma técnica e equilibrada. Que este evento nos traga novos aprendizados e reflexões importantes”, resumiu.
Conteúdo diversificado
Com uma programação diversificada, o 5º ESBEA segue até sábado (28), com mesas-redondas, apresentação de trabalhos científicos, palestras técnicas e uma feira de negócios que apresenta as principais soluções tecnológicas do setor. O evento promete consolidar ainda mais sua posição como um polo estratégico de discussão e fortalecimento da engenharia ambiental e sanitária no Brasil. Entre os temas centrais desta edição estão o novo cenário do licenciamento ambiental, a revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Curitiba, além de pautas estratégicas como mobilidade urbana sustentável e transição energética – com foco na preparação para a COP30.