Diversidade e longevidade para inovar

26 de setembro de 2018


O painel “Desafios e oportunidades de trabalho para a melhor idade”, com Gilmar Andrade (CRA-PR), Sérgio Serapião (LAB60+) e Diva Vieira (Sesi/PR), foi um dos eventos da tarde do XV Congresso Brasileiro de Recursos Humanos, realizado pela ABRH-PR, que acontece até o final da tarde do dia 25, na Fiep.

 

Primeiro a falar, Sérgio Serapião disse que está havendo um crescimento exponencial de idosos no Brasil. Hoje 25% da população brasileira é de pessoas de mais de 50 anos. “O nosso consciente coletivo olha para as pessoas mais velhas achando que são doentes”, disse Sérgio Serapião, da LAB 60+. A mídia trata o crescimento dos idosos, que representa uma cultura social brasileira, como crise. A taxa de dependência divulgada no Forum de Davos deixa implícito que pessoas de 60 + são dependentes e os índices só crescerão até atingir 44% da população em 2060. “Como a população economicamente ativa irá sustentar essa faixa? Não vai. Mas quem falou que a pessoa de 60 anos é um dependente?”, questionou.

 

“É essencial identificar que todos temos potências e fragilidades em diferentes momentos da vida. Quebrar a dicotomia de que os jovens são a solução do mundo e os idosos, o problema”, afirmou. Pois todos têm fraquezas e fortalezas. As inovações mais importantes que estão sendo feitas no mundo estão sendo realizadas por 50+ ou 60+. “É um ativo que estamos perdendo enquanto sociedade, por isso temos que tirar os nossos óculos”, disse.

 

Com base nisso, Serapião criou o movimento LAB60+ que, fundamentalmente, é intergeracional. São feitos encontros para criar um mundo de longevidade, até final de 2019 serão mais de 20 embaixadas no país. Os eixos de transformação envolvem a informação e o conhecimento, redefine a saúde, muda imagem e representações e cria espaços de protagonismo. Com uma expansão do Brasil para o mundo no cone sul, Europa e Taiwan.

 

É preciso preparar as organizações para ativar a possibilidade de contratação sênior e sensibilizar essa geração de que eles ainda podem trabalhar de forma qualitativa. “A extensão de vida que a gente ganhou é uma redefinição do nosso custo de vida”, afirmou. É preciso se reinventar, colocando-se em situações novas, e descartando aquelas que foram vividas, por meio da rearticulação das potências pessoais.

 

Serapião passou a explicar o funcionamento do LAB60+, cuja missão é integrar o potencial sênior nas empresas, sem gerar a competição, mas com trabalhos únicos. Hoje são mais de 400 sêniores que passaram pelo LAB60+.

 

Diva Vieira, do Sesi, começou a sua palestra explicando da onde surgiu o termo melhor idade, segundo ela, foi quando as pessoas mais velhas passaram a modificar as relações de consumo. “A terceira idade passou a ser a melhor idade e o velho começou a ser chamado de idoso”, falou.

 

É uma questão de vida, é preciso cumprir a trajetória até o fim. Assim, para Diva, negar a velhice não ajuda no processo. “Produz um sujeito suspenso, não se trata de enquadrar na melhor ou pior idade, mas de reconhecer suas vulnerabilidades e oportunidades”, afirmou. Passou a explicar sobre a sua atuação no centro de inovação do Seis, cujo programa nasceu da mudança na pirâmide social brasileira e como isso irá impactar nas relações de trabalho.

 

O centro de inovação começou há três anos, com um portal que divulga informações e conhecimento sobre longevidade, “é preciso entender a dinâmica da transição demográfica a partir de agora”, complementou. Dois grandes objetivos na reinvenção do trabalho, sendo o primeiro apoiar as pessoas com mais de 50 anos nas decisões e na nova carreira e o segundo sentido é dar suporte às empresas. “Encontrar e desenvolver competências para que as potencialidades de diferentes gerações possam trazer benefícios a todos”, comentou Diva. As competências que as pessoas tenham hoje, não são as mesmas do futuro. Por isso a importância do aprendizado constante.

painel_Melhor Idade

 

Contato