Cerca de 100 pessoas participaram do primeiro Bom Dia RH desse segundo semestre, ocorrido no dia 8 de agosto, em que foram divulgados os principais pontos da décima edição do Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos. O estudo é uma parceria entre a ABRH-PR e a Bachmann & Associados.
Para dar as boas vindas aos presentes, o presidente eleito para o triênio 2019/2021, Adeildo Nascimento, falou sobre a importância dos profissionais de RH disporem de informações qualificadas de indicadores de gestão de pessoas. “Nenhum piloto consciente e responsável faz voo cego! Na minha opinião esta é uma analogia perfeita quando falamos de indicadores. O Benchmarking Paranaense de RH municia gestores de RH e de negócios de informações relevantes para o alcance de seus objetivos”, disse.
Também foram mencionadas algumas ações da ABRH-PR para o segundo semestre, dentre elas o XV CONPARH, que será nos dias 24 e 25/09 e a abertura de novas vagas para dois Grupos de Estudo, com os temas QSMS (Qualidade, Segurança, Medicina e Saúde) e Relações Sindicais. Na sequência, a coordenadora do Prêmio Ser Humano, Vanusa Andrade Barankievicz, falou sobre a edição de 2018 do PSH. “O Prêmio estimula e reconhece as melhores práticas de gestão que favorecem a participação e a iniciativa das pessoas, contribuindo com ideias pragmáticas, transformadoras e protagonistas em gestão de pessoas. Queremos que as organizações mostrem, compartilhem seus projetos diferenciados de gestão com a comunidade”, comentou. Por fim, o representante do Grupo GPS, Naia de Mesquita Pipolo, patrocinador do evento foi ao palco falar um pouco sobre a empresa.
O Benchmarking –
Esta nova edição do Benchmarking Paranaense de RH consolida os resultados dos principais indicadores de Recursos Humanos no Estado em 2017. Segundo Dorian Bachmann, coordenador do estudo e diretor da Bacnhmann & Associados, o levantamento contou com a participação de 156 organizações paranaenses que forneceram seus dados por meio do BenchOnline – sistema eletrônico desenvolvido com o apoio do SEBRAE. “Foi feito o cálculo de 12 indicadores, como Absenteísmo, Rotatividade e Percentual de Horas Extras Pagas, entre outros. Para garantir a comparabilidade dos resultados apresentados, foram usados indicadores padronizados e validados por profissionais da ABRH-PR”, declarou.
Os resultados, baseados em amostra com pouco mais de 140 mil empregados, dão uma visão geral dos aspectos relacionados à gestão de pessoas no Paraná. “A diversidade de desempenho das organizações sugere que muitas têm espaço para melhoria”, complementou Bachmann.
Principais resultados –
Rotatividade
A Rotatividade média anual da amostra foi de 26,6%, resultado mais baixo nos últimos 8 anos. Esse resultado é excepcional, levando em conta que o mercado de trabalho já esboçou um pequeno crescimento.
Em 2017, 7,3% dos empregados pediram demissão. A maior quantidade de insatisfeitos estava no comércio onde, apesar do mercado de trabalho ainda se apresentar bem restrito, um em cada dez empregados pediu para sair.
Retenção 90 dias
A Retenção 90 dias média foi de 89,1%, um pouco melhor que no ano anterior e bastante superior ao padrão histórico de pouco mais de 80%, mostrando avanço na qualidade dos processos de recrutamento e seleção. Ainda assim, no Paraná, em média 1 em cada 10 empregados não termina o período de experiência.
Absenteísmo
O absenteísmo médio se manteve no mesmo nível do ano anterior (2,0%). Mas os resultados variam bastante conforme o segmento de negócio e mesmo entre empresas de determinado segmento. Chama a atenção o elevado absenteísmo no setor público (3,4%).
Horas extras pagas
O volume de horas extras pagas, embora em patamar semelhante ao dos dois anos anteriores, pode ser considerado bom tanto pelo valor absoluto (2,7%) quanto pela melhora, se observados os resultados de um período mais longo. Sem dúvida, o resultado reflete uma gestão de custos mais cuidadosa por parte das empresas.
Terceirização
A série histórica indica um crescimento da terceirização nos últimos três anos, retornando agora ao patamar de 2012. Afinal, na forte recessão experimentada, houve enxugamento das equipes e os primeiros a serem dispensados foram, na maior parte das vezes, os terceirizados e a mão de obra temporária. Na média, 10% dos colaboradores das empresas paranaenses são de profissionais terceirizados. Destaca-se a terceirização na administração pública, superior a um quarto dos trabalhadores (26,3%).
Escolaridade
O perfil de escolaridade varia bastante conforme o setor de negócio. Os profissionais com maior preparo estão na administração pública e no setor de serviços, enquanto o comércio registra a menor exigência de educação formal. A baixa escolaridade cria dificuldades para treinar e pode ser, inclusive, causa de acidentes.
Treinamento
O investimento em treinamento em 2017 correspondeu, em média, a 1,3% do tempo total trabalhado (aproximadamente 35 horas por empregado no ano). Esse resultado é um pouco melhor que o do ano anterior (1,1%). Chama a atenção o baixo esforço de treinamento feito pelo comércio, em que apenas 0,6% do tempo foi usado na capacitação das equipes.
Igualdade de gênero
A participação feminina na força de trabalho, embora lentamente, continua crescendo. Em 2017 alcançou 43,0%, o maior valor em nossa série histórica.
Taxa de acidentes
Depois de um período de estabilidade, a Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) está baixando. Embora 44 organizações (30% da amostra) não tenham reportado qualquer acidente com afastamento, a TFCA média da amostra foi de 6,88 acidentados por milhão de horas trabalhadas. Este valor é o melhor da série histórica e deve ser comemorado como um avanço importante, embora ainda em um patamar inaceitável.
Bachmann afirma que, apesar da crise econômica, os números do Benchmarking foram positivos o que revela a forte atuação do RH neste contexto. “Esta 10ª edição do Benchmarking Paranaense de RH se destaca pelos bons resultados. É inquestionável a melhora nos números obtidos na gestão de pessoas no Paraná, refletindo o trabalho dedicado e competente dos profissionais de RH que, apesar da crise, fizeram acontecer. Particularmente importante foi a redução na Rotatividade, a menor dos últimos oito anos, pelo impacto que traz no trabalho do RH e nos custos das empresas”.
O relatório completo pode ser baixado gratuitamente a partir do site www.indicadoresrh.com.br.
Para finalizar o evento houve um painel sobre os resultados do Benchmarking em algumas empresas. Participaram a assessora de Desenvolvimento Humano da Unimed Curitiba, Luciana Ferreira de Souza, o representante da empresa Aker Solutions, Rafael Manfre, e o gerente de Recursos Humanos da Peróxidos do Brasil, Marco Antonio Silva. A conversa foi mediada pelo consultor Adeildo Nascimento, presidente eleito da ABRH-PR, Adeildo Nascimento, que resumiu o debate. “No painel de discussão ouvimos de empresas que participam do Benchmarking há vários anos como as informações os auxiliaram e guiaram em decisões estratégicas e como estas informações empoderam os RH’s enquanto parceiros estratégicos do negócio”, finalizou.