A mudança social e do mercado de trabalho dão a tônica da palestra de Luiz Felipe Pondé

24 de setembro de 2018


O filósofo Luiz Felipe Pondé fez a conferência magna do XV CONPARH, onde falou sobre “O Desafio da Mudança”. Logo de início ele afirmou que as empresas hoje adotam posturas éticas e políticas, o que faz com que as pessoas tenham que prestar atenção que não basta se falar de futuro e fazer projeções, porque se tratam de pessoas reais nas organizações.

 

O sistema de mercado, o capitalismo, é o que mais produziu riquezas.  O sistema capitalista é baseado na competição, na ideia de que a través da cobrança traz resultados. Para se obter sucesso, as pessoas têm que estar felizes, motivadas. “A primeira questão no que diz respeito ao horizonte e desafios, é começar a pensar na superação do paradigma motivacional das pessoas. Muitas vezes isso não dá os resultados esperados”, disse.

 

Pondé exemplificou falando dos jovens, que estão mais ansiosos, mais inseguros e tem dificuldade em lidar com stress. E, no entanto, as pessoas falam que eles estão mais evoluídos. “Se o jovem está com essa instabilidade no seu trabalho, não será o paradigma motivacional que irá resolver a situação”, afirmou. A capilarização das redes sociais provocou um novo perfil de pessoas. Em países com a democracia mais consolidada os jovens se sentem menos motivados a votar ou promover mudanças e acaba por ficar mais envolvidos nas redes sociais.

 

“O mundo que vivemos é ambivalente. E não vai mudar, não irá ficar melhor neste sentido. Porque as ferramentas que temos hoje ampliam esse caráter de volatilidade”, afirmou Pondé ao associar a tecnologia à realidade social. Por isso, ele defende que as pessoas sejam mais reais, participem das mudanças e sejam ativas em suas organizações, motivadas pelos gestores. “O mercado identifica as necessidades e apresenta soluções. Quando se lida com seres humanos, por mais que tenhamos que fazer com que eles estejam comprometidos com o processo, uma das formas de se fazer isso é encorajá-las a pensar e criar junto”, comentou.

 

A mudança dos jovens

 

Pondé falou sobre os jovens atuais, pela familiaridade com o tema já que estuda e escreve sobre o assunto, comparando dados estatísticos. Segundo o filósofo, há uma tendência nos locais onde há o melhor PIB, que ocorra as chamadas ‘estratégias lentas de vida”, como por exemplo, os jovens tardarem a sair de casa. Esta opção acontece pela segurança, proteção, questões financeira e de apego com a família. Mas, de acordo com Pondé, isso pode trazer consequências graves ao jovem, pois quando ele chega ao mercado de trabalho o papel de apresentar a realidade acaba sendo do gestor. “E então o jovem espana e ocorre o adiamento do amadurecimento”, complementou.

 

A demanda psicológica sobre essa moçada está fazendo mal para eles, os pais, os chefes e a sociedade em geral criaram uma expectativa muito difícil dos jovens acompanhar. “Eles têm que mudar tudo e não podem cometer os mesmos erros dos pais”, afirmou. Na sequência, Pondé falou sobre a relação da tecnologia com os jovens, com o aprendizado, questões políticas e respondeu a perguntas dos presentes. O XV CONPARH segue até amanhã, na Fiep, em Curitiba.

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Crédito foto: Imagenaria

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