A aquicultura é o ramo da tecnologia que trata do cultivo de organismos aquáticos de maneira geral. No Brasil, uma país continental com diferentes possibilidades de cultivo, esse segmento está em expansão, reforçando o que foi divulgado no último relatório do Estado Mundial da Pesca e Aquicultura (SOFIA), de 2016, produzido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). No texto, a FAO estima que a produção aquícola dos países em desenvolvimento deve aumentar em 26% na próxima década, especialmente na América Latina. Atualmente, a aquicultura emprega formalmente 356 mil pessoas na região, porém mais de 2 milhões de pessoas se dedicam à pesca de alguma forma. “A aquicultura tem passado por uma ótima fase nos últimos anos, com crescimento bem intenso. O setor tem vivido uma fase de profissionalização das atividades de toda a sua cadeia produtiva. A tendência é de que o crescimento continue acelerado, os estoques de pescado marinho estão em declínio gerando uma oportunidade para os produtos da aquicultura”, afirma o engenheiro de pesca, Ronan Maciel Marcos.
No mesmo relatório, a FAO prevê que o Brasil deve registrar um crescimento de 104% na produção da pesca e aquicultura em 2025. Isso se deve aos investimentos feitos no setor nos últimos tempos e ao aumento da demanda. A expectativa é que nos próximos sete anos a produção da América Latina chegue a 3,7 milhões de toneladas, um crescimento de 39,9% em relação a 2013 – 2015. Apesar de provisões positivas, Ronan Marcos alerta que a aquicultura nacional precisa evoluir muito ainda. Segundo ele, os resultados da balança comercial demonstram uma dependência de produtos importados. “Isso nos mostra um grande mercado para ser conquistado, com potencial de geração de empregos e renda. O engenheiro, nesse processo, tem papel fundamental como protagonista da profissionalização e garantia da sustentabilidade dos empreendimentos”, alerta.
No Paraná
O Paraná é o maior produtor de peixes no país, de acordo com a Associação Brasileira de Piscicultura. Em 2017 foram 112 mil toneladas, com um aumento de 19,7% em relação à 2016. Esses números são puxados pela produção da tilápia, o peixe de água doce mais consumido no país, que representa 51,7% da aquicultura nacional. Ronan Marcos destaca que os engenheiros têm papel fundamental na estruturação da atividade. “Para o desenvolvimento da aquicultura é importante uma boa infraestrutura disponível, principalmente acesso a energia distribuída com regularidade e a baixo custo e rede viária compatível com o tráfego de caminhões e máquinas pesadas. Além disso, por se tratar de uma atividade técnica é necessário o efetivo acompanhamento dos cultivos por profissionais habilitados, garantindo, assim, uma produção eficiente e sustentável”, diz. Neste cenário, dois são os profissionais mais habilitados para a função: o engenheiro de pesca e o engenheiro de aquicultura.
Dados da Emater/PR indicam que a piscicultura está entre as atividades econômicas que hoje dão mais retorno ao produtor da região Oeste do Paraná, crescendo a taxas de 20% ao ano. Atualmente, esta região é responsável por 70% da produção estadual de tilápia.
Você sabia que –
A piscicultura é um ramo da aquicultura, trata-se do cultivo de peixes, tanto os marinhos como os de água doce. No Brasil, a piscicultura é o setor da aquicultura com maior importância, os cultivos estão distribuídos em praticamente todo o país.