“O RH está sofrendo uma disrupção”, diz Adeildo Nascimento

25 de setembro de 2018


Dando sequência ao primeiro dia do XV CONPARH, uma das palestras da tarde foi com o consultor Adeildo Nascimento, com o tema “HR Trends – Novo mundo, Novo RH”, que iniciou falando sobre o momento histórico que está se vivendo hoje em dia: uma transição entre a economia industrial e a economia cognitiva. “Fomos formados para a economia industrial, já a cognitiva é para o conhecimento, que está sendo quase um commodity”, disse. Quando se olha para o futuro há pessoas mais otimistas e outras mais pessimistas, o futuro está em algum lugar entre essas duas visões. A economia exponencial tem colocado empresas e pessoas em rota de extinção, é a chegada da Indústria 4.0, e a substituição das pessoas por robôs – em algumas profissões.

 

Todo conhecimento humano está catalogado, não há nada que escape da data farm. Este processo somado a inteligência artificial, criou uma nova geração, o visual learner, segundo dados, essas pessoas conseguem aprender até 50 vezes mais rápido. “Nós em RH estamos sofrendo uma disrupção”, disse. Toda geração foi educada para um determinado tipo de mundo, “e o problema não são as pessoas, mas o mundo tá mudando”, afirmou. Segundo Nascimento, atualmente a tendência é o uso das soft skills e como o RH entra neste novo mundo? “Ou o RH é protagonista ou deixará de existir”, sentenciou.

 

Soft skills

 

A primeira dessas soft skills é a humildade, para Nascimento, os gestores de pessoas criaram os orgulhosos ao invés de valorizarem políticas para a humildade. “Os executivos foram criados para serem orgulhosos e o RH reforçou tudo isso”, disse. E a nova tendência é mudar tudo isso, a partir de modelos como a sociocracia. “Primeiro de tudo você precisa ser humilde de lidar com pessoas de diferentes gerações e nível de conhecimento”.

 

Outro ponto das soft skills é a colaboração, “este novo mundo é a era da colaboração, a nossa geração era de competição”, disse. As gerações mais jovens não estão sendo criadas para repetir tarefas, eles querem criar seus próprios scripts. “Tem mais capacidade de criar e inovar com uma cabeça que não está fechada em uma caixa”, falou. Esta lógica molda o futuro, as pessoas que colaboram têm mais sucesso do que aquelas que competem. “Não conseguimos trabalhar em sociocracia porque as pessoas não aceitam críticas”.

 

Com este mindset da nova geração a criatividade ocorre de forma mais natural. Nascimento questionou se as políticas de RH valorizam esses novos atributos. “Inovar está sendo um grande problema. Hoje se pede que as pessoas tenham transdisciplinaridades, mas há um grande problema: a humildade”.  O RH está tendo que lidar com um problema, que é a resiliência. Para o consultor, o RH é corresponsável pelo esgotamento das pessoas. “Quem criou a política fomos nós”, disse. A depressão está tomando conta do mercado de trabalho, hoje uma em cada quatro pessoas apresenta a doença, sendo que essas pessoas são cada vez mais jovens. E para o RH manter o seu papel estratégico, precisa capitanear as mudanças. “O futuro aguarda robôs que irão imitar gente, não gente que imite robô”, declarou. Aparentemente, há um clamor para as empresas e pessoas terem um outro tipo de comportamento e, na visão de Nascimento, o RH terá que reforçar as habilidades que apenas os seres humanos possuem, pois qualquer outra, o robô irá fazer melhor. “O robô não consegue despertar paixão, propósito e vocação”, finalizou.

Palestra Adeildo Nascimento

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