Os candidatos a prefeito e vice-prefeito, Luciano Ducci e Rubens Bueno, respectivamente, participaram na noite desta quinta-feira (20) do Ciclo de Entrevistas com os Prefeituráveis de Curitiba, na sede do Senge-PR. Também compuseram a mesa o presidente do CREA-PR, engenheiro civil Joel Krüger, e o presidente do Senge-PR, engenheiro civil Ulisses Kaniak. Por 1h30 os candidatos apresentaram suas propostas e responderam perguntas sobre temas relacionados à engenharia.

Luciano Ducci iniciou a sua participação com uma síntese da sua gestão à frente da Prefeitura e projetos para Curitiba, se eleito. Falou sobre os recursos recebidos pela cidade em virtude da Copa do Mundo, através do PAC da Copa, um montante de R$ 920 milhões. Citou algumas das obras já em andamento que utilizam esta verba, como na Marechal Floriano Peixoto, na Salgado Filho (curva do tomate), Linha Verde Sul, a reforma da Rodoferroviária, as ações de engenharia de trânsito com a instalação de super postes e paineis de mensagens, “pretendemos ter na cidade até o final de 2013 mais de 70 paineis”, disse. Ducci explicou o projeto do Metrô e os processos adminsitrativos para obter a aprovação da proposta, além de reafirmar a imporância do transporte para Curitiba. “Metrô tem que ter viabilidade, o nosso projeto tem prazo, são quatro anos para ficar totalmente concluído”, afirmou. O candidato ainda falou sobre a importância da parceria entre a Prefeitura e o Governo Estadual, que trouxe diversos investimentos à cidade. “Os frutos desta parceria podem ser percebidos nas obras que estamos fazendo em locais como a Fagundes Varella, a Avenida Batel, a Augusto Stresser, a Salgado Fillho e a Manoel Ribas. As obras não acontecem em toque de mágica, há todo um procedimento legal que deve ser respeitado”, disse ao justificar a alegação de que as obras são “eleitoreiras”. Para finalizar, Ducci falou sobre o transporte coletivo, em especial do Inter 2, linha que sofrerá intervenções com a mudança do eixo e a criação de canaletas exclusivas. “Temos um plano consistente para Curitiba, sem nenhuma proposta que não seja factível”, encerrou.

A participação dos presentes e dos internautas iniciou com a pergunta do presidente do CREA-PR, engenheiro civil Joel Krüger, que questionou o candidato a respeito da relação da Prefeitura com as entidades de classe, especialmente com o Conselho, que atualmente é eventual. “O engenheiro de Curitiba deseja participar efetivamente e fazer o debate técnico com o Executivo”, disse ao questionar como Ducci pensa esta relação se eleito. Em sua resposta, Ducci afirmou que busca uma gestão democrática e citou a criação de um Conselho Deliberativo formado por engenheiros. “Minha convicção é que podemos trabalhar em conjunto e estreitar os laços. Tudo que vem para o bem da cidade é positivo”, afirmou.

Krüger também perguntou a respeito da questão salarial dos engenheiros que são servidores municipais e a relização de concursos públicos. Ducci disse que a Prefeitura possui um quadro de engenheiros muito forte que comanda as principais pastas. “Sabemos da necessidade de ampliar o quadro de engenheiros e vamos fazer isso. Quanto aos cargos e salários fizemos um avanço, com incorporações das gratificações dos engenheiros, pensando na aposentadoria e futuro desses profissionais”, encerrou.

O presidente do Senge-PR, engenheiro civil Ulisses Kaniak, citou uma pesquisa do Dieese que, em comparação com outras capitais do Brasil, mostra que Curitiba está entre as cidades que menos investem no país e emendou com a pergunta sobre como retormar o nível de investimento. Ducci se mostrou surpreso com os dados e reafirmou que Curitiba tem a maior capacidade de investimento do país, que chega a 10% do orçamento total.

Questionado sobre inclusão digital, o candidato disse que 20 escolas municipais contam com internet 3G nas salas de aulas, que se estende ao entorno em um raio de 300 metros. A proposta é que em 2013 todas as escolas tenham acesso à internet de forma gratuita e a Prefeitura também diponibilizará 20 mil netbooks. Além disso, citou dezenas de serviços que pdoem ser feitos pela internet e o Portal da Transparência. A respeito do escândalo que envolveu a Sanepar nos últimos dias, Ducci preferiu não polemizar. Afirmou que a empresa “é exemplo nacional de saneamento. Curitiba, segundo o Instituto Trata Brasil, é a cidade que tem o maior índice de saneamento entre todas as capitais”. Segundo ele, a fiscalização da Sanepar, que é concessionária do município na área de saneamento, é realizada por meio de um plano de obras que a empresa repassa à prefeitura.

Sobre as obras na Rodoferroviária, o candidato falou que a retirada dos trilhos é uma questão federal e as negociações foram retomadas recentemente. “Os trilhos atrapalham e a proposta é fazer um contorno ferroviário para melhorar o acesso à Paranaguá, mas não depende da Prefeitura”, respondeu. Sobre as obras na Rodoviária, disse que há um projeto de mudança da engenharia no local, que inclui uma via exclusiva para os ônibus, a proposta é desafogar a rua Afonso Camargo e melhorar o tráfego na região.

A respeito das obras da Arena da Baixada, Ducci foi enfático ao dizer que a Prefeitura não emprestou nenhum recurso ao Atlético Paranaense, mas o BNDES. “Nós fizemos o caminho oposto, enquanto outras cidades investem milhões em recursos públicos na construção de estádios para depois privatizar, Curitiba trouxe milhões em investimentos, sem despender recursos próprios”.

A rotatividade de engenheiros nos quadros da Prefeitura foi justificada pelo candidato com o aquecimento do mercado, a partir do desenvolvimento econômico do país, “aumentou a demanda por engenheiros no Brasil”, disse. Ele assumiu o compromisso de pensar em um plano para reter esses profissionais, se eleito. Sobre a segurança pública, Ducci disse que a Guarda Muncipal conta com 1,7 mil homens e tem por premissa a proteção do patrimônio público. A proposta é chegar a 2 mil guardas na cidade, além de 450 câmeras de seguranças nas ruas e 600 em terminais de ônibus e estações tubo.

Questionado sobre o viaduto estaiado da Avenida das Torres, o candidato reiterou que os recursos disponibilizados são exclusivamente para esta obra, não podendo ser utilizados em saúde, educação ou creche. “Só dá para fazer o viaduto. O projeto é muito bonito e todos os curitibanos irão se orgulhar, afinal não podemos fazer um viaduto convencional para atravessar toda a Avenida das Torres”, disse.

A questão dos modais de transporte foi a última intervenção do público com o candidato, que enfatizou a sua preocupação com o futuro da cidade. Falou sobre as bicicletas, dizendo que todas as grandes obras preveem a construção de ciclovias. Também afirmou pensar nos pedestres, com obras de calçadas em todo o anel viário central. “Não somos contra a bicicleta ou o pedestre, somos a favor de Curitiba”, encerrou.

Na sequência, o presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros Cartógrafos – Regional do Paraná, engenheiro José Antônio Teixeira de Oliveira Filho, entregou ao candidato os EBDMs que abordam Resíduo Eletroeletrônico – Destinação Final; Cartografia-Ferramenta para Desenvolvimento Planejado; Água – Uso e Ocupação do Solo em Áreas de Mananciais; Saneamento Ambiental, Água e Esgoto, Agricultura em Áreas de Manancial e Abastecimento, segurança alimentar e a redução do fluxo migratório para a grande Curitiba.

Para finalizar, o presidente do CREA-PR, engenheiro civil Joel Krüger reafirmou a importância de fortalecer a parceria entre a Prefeitura e as entidades. “Concordamos que ninguém é dono da verdade, portanto poderíamos pensar um Conselho Municipal de Engenharia para a discussão de grandes obras. Discutimos, esgotamos o assunto e, assim, anteciparíamos o debate”, disse.

Nesta sexta-feira (21) o candidato Gustavo Fruet participa do debate a partir das 18h. A conversa é transmitida pelo link www.senge-pr.org.br.