A tarde desta quarta-feira na FIMAN 2025 foi marcada pela apresentação de um muito aguardo – o ecossistema de biometano desenvolvido pela New Holland. A palestra foi ministrada por Gean Severo Cembranel, representante da empresa, que detalhou a iniciativa global e sua aplicação no contexto brasileiro, especialmente na cadeia produtiva da mandioca.

Segundo Gean, o projeto nasceu na Inglaterra, dentro da estrutura global da New Holland, e foi trazido ao Brasil com o objetivo de ampliar a adoção de combustíveis alternativos e renováveis no campo. “A gente veio mostrar como a New Holland está se comportando com relação a combustíveis alternativos aqui no Brasil e também globalmente”, destacou.

O ponto central da palestra foi a demonstração prática de como o biometano pode ser produzido a partir dos efluentes industriais da mandioca, uma realidade bem conhecida na região Noroeste do Paraná. Gean explicou que, durante o processamento industrial, é gerada uma água residuária que, por lei, precisa ser tratada. Entre as tecnologias disponíveis, a digestão anaeróbica é uma das mais utilizadas, resultando na produção de biogás.

Esse biogás, já empregado em motogeradores, caldeiras e na geração de energia elétrica, pode ser ainda mais valorizado. “Se o biogás é como o petróleo, o biometano é o combustível refinado”, explicou. O processo de purificação transforma o biogás em um combustível de alta qualidade, capaz de abastecer caminhões, carros, motobombas, geradores e, sobretudo, os tratores da New Holland, protagonistas do projeto apresentado.

O ecossistema proposto integra toda a cadeia produtiva – o produtor cultiva a mandioca, a indústria processa e gera resíduos, esses resíduos são tratados e transformados em biometano, que por sua vez abastece os maquinários responsáveis por manter a produção em movimento. “Você gera um ativo a partir de um passivo ambiental”, resumiu Gean.

A proposta chamou atenção dos participantes da FIMAN ao mostrar que a mandioca não é apenas alimento ou insumo industrial, mas também uma fonte estratégica de energia limpa. O modelo integra sustentabilidade, eficiência produtiva e economia circular, reforçando o papel inovador da região e da New Holland na transição energética do agronegócio.

Com soluções que unem tecnologia e responsabilidade ambiental, a palestra de Gean Severo Cembranel reforçou a importância de pensar o futuro da mandiocultura com foco em autonomia energética e redução de impactos ambientais, um debate que segue ganhando força no setor.