
Na tarde desta quarta-feira (26), a FIMAN 2025 recebeu a palestra “Bacillus cereus na indústria de derivados de mandioca: desafios regulatórios, design sanitário e estratégias de controle”, ministrada por José Lucas Rezende, diretor da Rezende Tecnologia. O especialista abordou um tema que vem ganhando grande relevância na cadeia industrial da mandioca: a segurança dos alimentos frente às exigências regulatórias e às demandas internacionais.
Logo na abertura, José Lucas destacou que a mandioca, por sua origem agrícola, naturalmente carrega micro-organismos do solo — entre eles, o Bacillus cereus, bactéria capaz de causar intoxicação alimentar. Por isso, o desafio das indústrias não está apenas em transformar a raiz em produtos como fécula e derivados, mas em garantir que o alimento final seja seguro para consumidores no Brasil e no mundo.
O palestrante explicou que, desde 2022, os limites máximos permitidos para Bacillus cereus vêm recebendo atenção especial da Anvisa e de compradores internacionais, que passaram a exigir parâmetros ainda mais rigorosos. Esse cenário elevou a necessidade de atualização de processos, revisão de instalações e maior integração entre microbiologia, engenharia e gestão industrial.
José Lucas reforçou que não existe “receita de bolo” para eliminar o micro-organismo. Cada fábrica possui características próprias, exigindo mapeamento detalhado da planta e análise criteriosa de riscos. Entre as medidas essenciais, ele destacou:
Segundo ele, o trabalho conjunto entre indústria e fornecedores de tecnologia — como exemplificado pela atuação integrada com empresas do setor de equipamentos — é fundamental para prevenir a proliferação do Bacillus cereus, especialmente durante paradas produtivas e pontos sensíveis do processo.
A palestra reforçou a importância de uma abordagem multidisciplinar e contínua para a segurança dos alimentos, tema que segue no centro das discussões da FIMAN 2025 e que impacta diretamente a competitividade da mandiocultura industrial brasileira no mercado global.