A tarde desta quarta-feira, 26 de novembro, na FIMAN 2025, foi marcada pela palestra “Do Resíduo ao Resultado: A Nova Era da Eficiência na Extração Agrícola”, apresentada por João Marques Sobrinho — empreendedor, inventor e fundador da MarquesFund, empresa responsável por mais de 5 mil máquinas em operação em todo o Brasil.

Com 35 anos dedicados à inovação na mandiocultura, João trouxe ao público um panorama direto e pragmático sobre o futuro da indústria da fécula de mandioca. Em sua fala, destacou que, apesar do tempo curto da apresentação, o tema central era claro: a viabilidade econômica de montar uma fábrica de fécula depende, essencialmente, da eficiência de extração e do aproveitamento total dos resíduos industriais.

Segundo ele, a MarquesFund, especializada no desenvolvimento e fabricação de equipamentos voltados à extração de amido, tem mostrado na prática que é possível transformar cada etapa do processo produtivo em valor. “A viabilidade econômica do negócio requer que você aproveite tudo. Quando alguém parte na frente, os outros têm que ir também. Se não for, vai ficar e perder a viabilidade”, afirmou, reforçando que muitos empreendimentos ainda deixam riqueza escapar por falta da visão integrada.

João compartilhou experiências da própria operação, onde resíduos antes descartados tornaram-se fonte de novas atividades e renda. Entre os exemplos citados estão a pastagem irrigada, o uso do substrato das lagoas como adubo orgânico para horticultura e a massa residual aproveitada para confinamento bovino. “Nada se perde”, resume o empresário, defendendo que o futuro da indústria está no reaproveitamento total.

A palestra também abordou temas como eficiência energética, associações com outras atividades agropecuárias e o impacto do consumo no planejamento produtivo. Para João, o caminho da inovação passa por ensinar e estimular que todas as fábricas avancem juntas. “Eu vendo o meu peixe, mas vendo o dos outros também. Todos têm que seguir nessa mesma linha.”

Sobre a importância da FIMAN, o fundador da MarquesFund não escondeu o entusiasmo: “Uma feira como essa é a realização de um sonho multiplicado. Vimos essa cadeia se transformar e crescer. Hoje, a mandiocultura se desenvolve numa velocidade impressionante.”

A presença de participantes de diversas regiões do Brasil e de outros países reforça o papel da FIMAN como referência internacional no setor, criando conexões, atualizando conhecimentos e impulsionando tecnologias que redesenham a mandiocultura industrial.

Com uma visão que une inovação, sustentabilidade e oportunidade, João Marques Sobrinho deixou uma mensagem clara ao setor: a nova era da eficiência já começou — e dela ninguém pode ficar de fora.

Texto: Básica Comunicações / Keila Metz

Fotos: Frederico Jungles