O especialista em cultura organizacional e CEO da DHEO Consultoria, Adeildo Nascimento, deu o tom na abertura do XVIII CONPARH 2025 com sua palestra “Tudo que só o humano é capaz de fazer”, no Auditório Alelo. O executivo destacou a urgência em valorizar as competências humanas frente ao avanço da Inteligência Artificial (IA).
“É fundamental que as organizações compreendam que o verdadeiro diferencial competitivo não está na tecnologia que elas compram, mas sim naquilo que a tecnologia ainda não consegue copiar: a essência humana”, destacou.
Diante da crescente automatização, o especialista listou atributos como empatia, ética, criatividade e pensamento crítico como essenciais. “Estes não são apenas ‘soft skills’; eles são o ‘sistema imunológico’ das relações dentro das empresas, liberando o potencial que a automação não alcança”, afirmou. Ele propôs que se deixe a IA processar dados e o humano cuidar “do que acontece, de nossas dúvidas, nossos medos, dos conflitos nas organizações, que influenciam novas carreiras”.
Adeildo mergulhou na natureza da comunicação, lembrando que “a linguagem é o que define o ser humano”, mas reconhecendo que ela também é a “matéria-prima do algoritmo e do robô”. Contudo, ressaltou a limitação da IA: “O algoritmo é expert em tudo que pode ser escrito… A dificuldade do robô está em entender o que é vivido, ou seja, o inefável – aquilo que não pode ser traduzido em palavras”. Ele citou como exemplos o nó na garganta da saudade ou a complexidade da nostalgia.
“O inefável é um campo exclusivamente humano”, cravou, reforçando a aposta de que sentimentos inefáveis “jamais serão reproduzidos por máquinas. Este campo humano é onde reside a nossa vantagem e singularidade”.
O palestrante também associou a dúvida à liberdade e à humanidade. “Ter dúvida é humano, só quem duvida escolhe e quem escolhe é livre. O dia que tivermos certeza, deixamos de ser humanos”.
Ao final, Adeildo enfatizou o poder da empatia e da criatividade. A empatia foi descrita como um “antídoto poderoso”: “ela conecta decisões à realidade vivida de outras pessoas, algo que nenhuma máquina pode replicar com legitimidade ou sentir”. Já a criatividade, segundo ele, nasce da “recombinação simbólica de referências culturais e emocionais, e não apenas da geração de ideias”.
Texto: Básica Comunicações
Fotos: Leandro Provenci e Gian Galani