Falar em humanização nas relações de trabalho não é mais um discurso utópico ou apartado da performance. É, cada vez mais, um imperativo estratégico. Para Gilberto Godoy, Diretor de Talentos e Estratégia Organizacional da Bold Hospitality Company (Outback, Abbraccio e Aussie), que estará no XVIII CONPARH, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), a humanização nasce do compromisso com pessoas e se traduz diretamente nos resultados do negócio.
Humanizar, portanto, não é um traço fixo da cultura e sim, uma escolha contínua. Segundo Godoy, “humanização não é herança genética da cultura organizacional. Ela pode e deve ser desenvolvida, desde que haja clareza de propósito e compromisso genuíno da liderança”, afirma.
A lógica é simples e poderosa: colaboradores bem tratados, bem treinados e inspirados proporcionam melhores experiências aos clientes. É o que mostrou os dados divulgados por Josh Bersin. Na pesquisa, empresas que se destacam em employee experience têm 2,2 vezes mais chances de exceder metas financeiras, 2,4 vezes mais chances de agradar os clientes e 5,1 vezes mais chances de engajar e reter os profissionais.
“O clima organizacional é o elo entre cultura e performance. Ambientes com relações saudáveis e lideranças cuidadoras geram times mais comprometidos e clientes mais satisfeitos”, pontua Godoy.
Propósito, bem-estar e a liderança que cuida
Em um cenário corporativo onde ainda vigora, em muitos contextos, a lógica do comando e controle, promover uma cultura de cuidado exige coragem. Para o Diretor, o principal desafio para adotar uma postura humanizada está em romper com essa lógica e ir além do RH, tornando a responsabilidade da liderança como um todo.
A boa notícia é que alinhar propósito e performance sem abrir mão do bem-estar é possível. Pessoas entregam mais quando sabem que seu trabalho tem significado e que estão em um ambiente seguro.
Mas como preparar líderes para esse novo papel? Para Godoy, a liderança humanizada é aquela que conjuga empatia com consistência. “Cuidar não é ser permissivo. É estar presente, dar feedback honesto, promover pertencimento e formar times com senso de dono.”
Apoiar-se em líderes que vivem os valores da empresa e desenvolvem pessoas com clareza, respeito e inspiração é o primeiro passo. Assim como é feito na Bold, Godoy também sugere a criação de uma premissa de que bem-estar não é oposto de resultado, e sim a base dele. Nesse sentido, é possível criar um ambiente onde o cuidado faz parte do processo de gestão, com rituais consistentes, conversas de 1:1, plano de carreira sólido, desenvolvimento contínuo e autonomia com responsabilidade aos processos.
“Líderes moldam a cultura pelo exemplo. Por isso, formar líderes que sabem cuidar, cobrar e construir confiança ao mesmo tempo é um compromisso inegociável. Para organizações que desejam crescer de forma sustentável, isso já não é um detalhe. É estratégia”, finaliza o Diretor.
XVIII CONPARH
O tema “O cuidado como estratégia – humanizar as relações de trabalho” será tratado com mais profundidade por Gilberto Godoy, no XVIII Congresso Paranaense de Recursos Humanos – CONPARH 2025 – “Tudo que só o humano pode fazer”.
O evento, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná – ABRH-PR, acontecerá nos dias 22 e 23 de outubro, no Viasoft Experience, em Curitiba.
No congresso, Godoy fará parte do pilar “Empatia, Cuidado e Conexões Genuínas” apresentando experiências práticas e caminhos para promover a transformação de organizações através do cuidado com o colaborador.
Mais informações: https://conparh.com.br/