Ao longo dos anos, mudanças sociais, novas demandas econômicas e a introdução da tecnologia moldaram o cenário profissional nos cinco cantos do globo. Se antes o modelo tradicional de emprego estava centrado em hierarquias rígidas e jornadas fixas, hoje, outros temas ditam as regras, exigindo adaptações tanto das organizações quanto dos colaboradores.
Pesquisas recentes realizadas pelo Manpower Group Brasil, apontam que os próximos anos serão marcados por disrupções significativas, com a criação de 69 milhões de novos empregos e a eliminação de 83 milhões. Globalmente, as habilidades exigidas devem mudar em 50% até 2030 (comparado a 2016).
Para a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), Vera Mattos, que realiza estudos sobre a temática, estar atento às tendências e aos desafios é fundamental para a construção de um futuro do trabalho mais sustentável e eficiente.
“Adaptar-se às tendências é um passo essencial para garantir relevância no mercado de trabalho em tempos de mudança cada vez mais veloz”, pontua Vera Mattos.
Tendências e adaptabilidade para os próximos anos
Empresas e profissionais precisam se preparar para um mercado mais dinâmico e desafiador, no qual os desafios para o futuro incluem, principalmente, a adaptação às novas formas e comportamento de trabalho.
Entre as tendências que devem moldar os próximos anos, a vice-presidente da ABRH-PR acredita que envelhecimento populacional, ética e transparência, aprendizagem intencional, evolução da colaboração homem-máquina e bem-estar integrado são centrais no debate.
“Hoje convivemos com até quatro gerações no ambiente de trabalho, cada uma com suas expectativas e valores. Em breve, teremos 5 gerações. Uma revolução inter geracional. Para isso, precisamos ser lifelong learners. Com 42% da população alterando habilidades essenciais, a aprendizagem contínua é uma necessidade crescente”, afirma Vera.
Outro ponto dessa análise, permeia a tecnologia. No futuro, toda empresa deverá ser uma empresa de tecnologia ou terá que se adaptar à revolução digital para sobreviver. Nesse sentido, homem e máquina formam um só, sendo a complementaridade totalmente necessária: Segundo Vera, ainda “em 2025, espera-se que humanos e máquinas trabalhem o mesmo número de horas, revolucionando as dinâmicas de trabalho”.
Independente das transformações, todas devem ser embasadas na ética e na transparência. Com a digitalização e o fácil acesso à informação, empresas estão cada vez mais sob um “caixa de vidro”. A era do accountability chegou, exigindo que organizações adotem práticas mais claras em sua gestão e operação.
“Por fim, tudo isso deve estar alinhado ao bem-estar integrado. A união entre tecnologia, saúde e recursos humanos será essencial para promover o bem-estar completo dos colaboradores. Gestão de pessoas, projetos e tecnologia não podem se dissociar”, finaliza Vera Mattos.
Mais informações: https://abrh-pr.org.br/