Mentiras corporativas podem impactar reputação e employer branding de organizações

1 de abril de 2025


Especialista em cultura organizacional aborda as consequências da inverdade para uma marca, tendo como um dos exemplos o caso da atriz Ingrid Guimarães com companhia American Airlines

No meio corporativo, a integridade e a transparência são fundamentais para o sucesso sustentável das organizações. No entanto, a disseminação de mentiras no ambiente de trabalho pode minar a confiança do público, afetar negativamente a cultura organizacional e prejudicar a reputação de uma empresa, como no recente caso envolvendo a companhia American Airlines e a atriz Ingrid Guimarães.

Em um cenário onde a informação circula rapidamente e profissionais e consumidores estão cada vez mais atentos às práticas empresariais, a organização deve estar, mais do que nunca, preocupada com a veracidade dos seus discursos.

Em 1996, o conceito de Employer Branding surgiu através de Simon Barrow e Tim Ambler, no Journal of Brand Management. O nome foi dado para empresas que faziam campanhas sobre suas marcas atreladas a “storytelling”. De lá para cá, o conceito ganhou ainda mais proporção e se mostrou diretamente atrelado à cultura organizacional.

O Employer Branding na cultura organizacional

A cultura de uma empresa é um dos principais pilares para atrair e reter talentos, sendo um reflexo direto dos seus valores e comportamentos. De acordo com o especialista em cultura organizacional e fundador da DHEO Consultoria, Adeildo Nascimento, os sócios e fundadores de uma organização são os responsáveis pela criação de uma cultura forte, genuína e que, ao longo do tempo, se transformam em regras de comportamento.

Quando uma organização não age de acordo com os princípios que prega – seja em promessas não cumpridas a funcionários, publicidade enganosa ou discrepâncias entre discurso e prática – a credibilidade e a confiança são afetadas.

Segundo um estudo da Weber Shandwick, 44% da reputação de uma empresa pode ser atribuída à percepção da sua cultura corporativa e mais de 70% dos consumidores estão dispostos a pagar a mais por produtos de empresas consideradas socialmente responsáveis (Columbia Business School).

 Cases afirmam práticas de mentiras corporativas

Recentemente, o caso da atriz Ingrid Guimarães com a companhia estadunidense American Airlines, foi mais uma situação em que uma empresa não agiu conforme discurso pregado. Enquanto a companhia agiu de forma agressiva e coagindo a atriz, suas mídias sociais divulgam slogans como “Nossa equipe se dedica a fazer da American um lugar acolhedor para todos” e “Fazendo da nossa cultura uma vantagem competitiva”.

Outro exemplo de mentira corporativa aconteceu no caso da Sorvetes Diletto, na qual a empresa anunciava em seu site e nos produtos da marca que a receita dos sorvetes artesanais havia sido criada por Vittorio Scabin, avô de um dos fundadores. A história falsa gerou investigação e os produtos saíram das prateleiras.

Para Nascimento, mentiras de empresas sempre existiram, porém no passado não existiam canais de contra-ataque a elas. Hoje em dia, sites e mídias sociais colocam à prova o que é dito ao consumidor e está cada vez mais provado que as mentiras corporativas podem ter impactos devastadores na reputação e no employer branding de uma organização.

“O ‘como’ é a cultura de uma empresa. O que você faz pode até ser commodity que outras empresas fazem, mas a forma como você faz, a cultura como você faz, é o que vai ditar seu diferencial no mercado ou seu cancelamento”, finaliza o especialista e fundador da DHEO Consultoria.

Vídeo sobre o tema, com Adeildo Nascimento: https://www.youtube.com/watch?v=AIQGsD4uHPo

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